Peru abre investigação criminal sobre demissão de ministro do governo
A procuradora-geral do Peru abriu uma nova investigação sobre o presidente Pedro Castillo, um dia após o ex-ministro do Interior do país acusar o líder de esquerda de obstruir investigações de corrupção de aliados próximos, afirmaram procuradores nesta quinta-feira.
A investigação foi provocada pela demissão abrupta de Mariano González por Castillo. González serviu como ministro do Interior por duas semanas e sua demissão aconteceu após sua decisão de autorizar a indicação de uma unidade especial da polícia com o objetivo de rastrear e prender aliados do presidente que estão sendo investigados na esfera criminal.
A procuradoria peruana anunciou no Twitter que a investigação iniciada pela procuradora-geral Patricia Benavides é para apurar suposta ocultação e está ligada à demissão do ex-ministro do Interior. A procuradoria não ofereceu mais detalhes.
Os presidentes no Peru possuem imunidade e não podem ser indiciados pela Justiça durante seus mandatos de cinco anos, mas podem ser investigados.
Castillo, que está no poder há pouco menos de um ano, está em uma posição cada vez mais precária, com baixas taxas de aprovação e escândalos em seu círculo mais próximo. Ele já sobreviveu a duas tentativas de impeachment, e alguns parlamentares estão pedindo um terceiro processo de impeachment diante das novas acusações.
Entre os aliados do presidente que estão sendo investigados estão um ex-ministro dos Transportes, um ex-assessor presidencial, um sobrinho e uma cunhada de Castillo.
Em maio, a Procuradoria-Geral abriu uma investigação separada de Castillo por suposto tráfico de influência, conspiração e participação em "organização criminosa".