PUBLICIDADE

Mundo

Parente se diz aliviado após encontro de corpos do vôo 447

6 jun 2009 - 14h34
(atualizado às 16h17)
Compartilhar

Daniel Gonçalves

Direto do Rio de Janeiro

O advogado Marco Túlio, que faz parte da comissão de representantes dos familiares do vôo 447, afirmou neste sábado que parentes e amigos das vítimas souberam por volta de 12h40 que foram encontrados corpos e destroços no oceano. Ele considerou um alívio ter alguma informação concreta sobre o que teria acontecido com o avião.

info buscas vôo AF 447
info buscas vôo AF 447
Foto: Terra

Túlio, que perdeu os pais na tragédia, disse que a notícia foi recebida de maneira diferente pelos parentes reunidos no Hotel Windsor, no Rio de Janeiro. "Cada um reage de uma maneira. Tem pessoas que choraram, tem pessoas que ficaram mais tristes, tem quem ficou mais inconformado, mas lá tem médicos e psicólogos apoiando a gente", disse.

Túlio afirmou que alguns familiares ainda tinham esperança de que fossem encontrados sobreviventes da queda do Airbus A330, mas admitiu estar aliviado com as notícias deste sábado. "Pelo menos agora, a gente sabe de algo. Foi achada alguma coisa. Era uma coisa muito inexplicável um avião daquele porte desaparecer. Agora pelo menos você começa a achar alguma coisa", afirmou.

O coronel Jorge Amaral, vice-chefe de Comunicação da Aeronáutica informou que, às 8h14 deste sábado, foi confirmada a localização de peças e de dois corpos pertencentes ao vôo 447 da Air France, que caiu no trajeto entre o Rio de Janeiro e Paris. "Hoje, então, tivemos resultados positivos, o que traz pra nós a certeza de que nosso trabalho foi bem conduzido", afirmou Amaral.

De acordo com o coronel, o primeiro corpo, de um homem, foi recolhido às 9h30 a 69,5 km do ponto onde houve a última comunicação da aeronave, a cerca de 900 km de Fernando de Noronha.

Foram encontrados dois corpos masculinos, uma maleta que continha um bilhete da Air France em nome de um passageiro do vôo 447. Também foram avistados no mar uma mochila com um cartão de vacinação e uma poltrona azul com numero de série semelhante ao usado pela companhia aérea. O material foi localizado por uma aeronave R-99, cujo radar tem tecnologia para encontrar objetos sem auxílio visual.

Uma corveta está no local recolhendo o material e os corpos. Segundo a Marinha, tudo o que for encontrado será transferido para uma fragata, que fará o transporte até as proximidades da ilha. Quando a embarcação chegar proximo à terra firme, um helicóptero fará o resgate do material.

A Aeronáutica informou que as buscas por destroços continuam, paralelas agora ao resgate dos corpos. A área onde foram encontrados os destroços não possui rochedos, o que facilita o trabalho.

A identificação, segundo a Força Aérea Brasileira, ficará a cargo de peritos da Polícia Federal e do Instituto Médico legal (IML) em Recife (PE). "O trabalho de identificação, de fato, será feito no Recife", afirmou o major brigadeiro Louis Josuá, comandante do 2º Comando Aéreo Regional.

O acidente

O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).

De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.

Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.

A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade