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Países da UE pedem revisão de lei contra desmatamento apesar da destruição de florestas tropicais

Onze países da União Europeia pediram nesta segunda-feira (26) a revisão da lei contra o desmatamento ou um novo adiamento da sua entrada em vigor, prevista para o fim de 2025. O texto foi escrito por representantes do Luxemburgo e da Áustria e apoiado por nove outros países. Eles defendem que as condições impostas a agricultores e silvicultores são "elevadas ou até impossíveis de implementar".

26 mai 2025 - 10h49
(atualizado às 11h07)
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Onze países da União Europeia pediram nesta segunda-feira (26) a revisão da lei contra o desmatamento ou um novo adiamento da sua entrada em vigor, prevista para o fim de 2025. O texto foi escrito por representantes do Luxemburgo e da Áustria e apoiado por nove outros países. Eles defendem que as condições impostas a agricultores e silvicultores são "elevadas ou até impossíveis de implementar". 

Um agricultor usa motocicleta para transportar um saco de patchouli seco, em Simboro, West Sulawesi, na Indonésia
Um agricultor usa motocicleta para transportar um saco de patchouli seco, em Simboro, West Sulawesi, na Indonésia
Foto: AP - Dita Alangkara / RFI

Segundo o documento apresentado no Conselho de Ministros da Agricultura em Bruxelas, as exigências são "desproporcionais em relação ao objetivo do regulamento, que é impedir o desmatamento onde ele realmente ocorre". Os países propõem a criação de uma categoria de "países de risco zero" de desmatamento, que ficariam isentos de obrigações e controles. 

A legislação, já adiada uma vez sob pressão de países como Brasil, EUA e Alemanha, exige que empresas importadoras de produtos como cacau, café, soja, óleo de palma e madeira comprovem a rastreabilidade por meio de dados de geolocalização e imagens de satélite fornecidas pelos produtores. 

A medida enfrenta forte resistência de setores do agronegócio e de países da África, Ásia e América do Sul, que alertam para os custos adicionais impostos a agricultores, pecuaristas e madeireiros. 

O novo apelo dos europeus ocorre em um momento favorável ao agronegócio na UE, com a revisão de diversas políticas ambientais adotadas no mandato anterior da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. 

Nível recorde

A destruição de florestas tropicais primárias atingiu em 2024 o maior nível em mais de 20 anos, segundo um relatório apresentada na semana passada pelo Global Forest Watch, ligado ao World Resources Institute (WRI) e à Universidade de Maryland. 

Foram perdidos 6,7 milhões de hectares — área equivalente ao Panamá —, um aumento de 80% em relação a 2023. Isso equivale à perda de 18 campos de futebol por minuto, segundo Elizabeth Goldman, codiretora do observatório. 

Pela primeira vez, os incêndios superam a agricultura como principal causa da destruição, respondendo por quase metade das perdas. As emissões associadas somam 3,1 bilhões de toneladas de CO₂ — mais do que as emissões energéticas da Índia. 

O relatório foca nas florestas tropicais, essenciais para a biodiversidade e o sequestro de carbono. As perdas incluem desmatamento intencional, destruição acidental e incêndios. 

Brasil lidera ranking

O Brasil lidera o ranking com 2,8 milhões de hectares destruídos, dois terços por incêndios — muitos iniciados para abrir espaço ao cultivo de soja e à pecuária.

Apesar dos avanços em 2023 com medidas do governo Lula, o progresso está ameaçado pela expansão agrícola, alerta Sarah Carter, do WRI. A Amazônia brasileira registra o maior nível de destruição desde 2016. 

A proteção das florestas é uma das prioridades da presidência brasileira da COP30, marcada para novembro em Belém.  A Bolívia aparece em segundo lugar, com triplo da área destruída em relação ao ano anterior, também por incêndios provocados para expansão de fazendas industriais. 

O cenário é misto em outras regiões: melhora na Indonésia e Malásia, piora no Congo e na República Democrática do Congo. 

Com informações da AFP

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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