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Oriente Médio

Presidente do Iêmen rejeita nova iniciativa de paz da ONU

29 out 2016 - 11h50
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O presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, rejeitou neste sábado o novo plano para o país proposto pela ONU, no qual o governante deveria entregar o poder a um vice-presidente designado por consenso com os rebeldes.

Em comunicado, o presidente garantiu que se negou a receber a proposta das mãos do enviado da ONU para o Iêmen, Ismail Ould Sheikh Ahmed, que se reuniu com Hadi em Riad.

"As ideias que apresentadas hoje (sábado) sob o nome de roteiro, não oferecem outra coisa além das sementes da guerra que destroçaram o país", declarou Hadi após o encontro, que contou com a presença do vice-presidente Ali Mohsen Saleh al Ahmar e do primeiro-ministro Ahmed Abid ben Daguer.

O governante argumentou que o novo plano significaria uma "recompensa para os golpistas e uma punição, ao mesmo tempo, para o povo iemenita e sua legitimidade".

"Todos os dirigentes do Estado mostraram rejeição à proposta, as ideias são rechaçadas pelos políticos e em nível popular por todos os partidos, grupos políticos e organizações civis", acrescentou.

Hadi ressaltou que o governo iemenita sempre reagiu "positivamente" a todas as propostas anteriores, "dando passos e fazendo concessões para avançar rumo à paz e evitar o derramamento de sangue e o sofrimento pela guerra das forças golpistas houthis, Saleh e seus aliados".

O chefe de Estado iemenita se referia aos rebeldes houthis, conhecidos também como Ansar Alá, e a seu principal aliado, o ex-presidente Ali Abdullah Saleh.

Além disso, insistiu que "os iemenitas condenam essas ideias ou o denominada roteiro por acreditarem que não é um plano de paz, mas a porta para mais sofrimento e guerra".

O texto da ONU propunha que, uma vez que as partes em conflito assinassem o acordo de paz, o atual vice-presidente, o general Ali al Ahmar, deveria renunciar e Hadi designaria a um novo vice-presidente de consenso, ao qual o entregaria o poder.

Por outro lado, os rebeldes houthis e seus aliados teriam que se retirar da capital iemenita, Sana, para que fosse formado um governo de união nacional com sede no local.

No dia 25 de outubro, Sheikh Ahmed disse em entrevista coletiva que ofereceu um plano de paz "inclusivo e justo" aos rebeldes houthis e seus aliados, sem dar mais detalhes sobre seu conteúdo.

Sheikh Ahmed garantiu que a proposta incluía um plano de segurança e outro político que garantem a participação de todas as partes e conta com um apoio internacional "sem igual".

Esta última iniciativa de Sheikh Ahmed foi apresentada depois do fracasso de um novo cessar-fogo de 72 horas entre as forças governamentais e os rebeldes anunciado na semana passada. A trégua expirou na meia-noite do último sábado e foi violada por ambos os bandos.

Desde o início do conflito, as Nações Unidas tentaram mediar entre as partes para deter os combates e organizou várias rodadas de negociações de paz. A última, acompanhada de uma trégua, foi fechada sem sucesso em agosto.

A coalizão árabe capitaneada por Riad começou em março de 2015 uma ofensiva militar contra os houthis em apoio ao presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, que se encontra exilado na Arábia Saudita. Segundo dados da ONU, desde então morreram cerca de sete mil pessoas e três milhões foram obrigadas a deixar seus lares.

EFE   
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