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Oriente Médio

ONU alerta civis sobre artefatos que não explodiram em Gaza

A Nações Unidas também revelou que 1.975 palestinos morreram nos confrontos entre Hamas e Israel, dos quais 1.417 eram civis

15 ago 2014 - 17h38
(atualizado às 17h45)
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<p>Palestinos que perderam suas casas e seus estabelecimentos durante a ofensiva israelense sentam-se em um abrigo improvisado na cidade de Beit Lahiya, norte da Faixa de Gaza, em 11 de agosto</p>
Palestinos que perderam suas casas e seus estabelecimentos durante a ofensiva israelense sentam-se em um abrigo improvisado na cidade de Beit Lahiya, norte da Faixa de Gaza, em 11 de agosto
Foto: Khalil Hamra / AP

Mais de mil projéteis e outros artefatos que não explodiram ameaçam a segurança da população civil em Gaza e dificultam o possível retorno ao lar dos descolados internos, informou nesta sexta-feira o Escritório de Coordenação Humanitária das Nações Unidas (OCHA).

Em um relatório, a instituição adverte que mais de 100 mil pessoas necessitam urgentemente de uma casa provisória alternativa em Gaza depois que a ofensiva israelense destruiu 8.832 casas e deixou outras 7.960 inabitáveis.

"O incidente de quarta-feira, no qual morreram seis pessoas com a explosão de uma bomba, evidencia o perigo que representa para crianças, granjeiros, agricultores, trabalhadores internacionais e deslocados internos os mais de mil de explosivos remanescentes da guerra dispersos por áreas civis", afirma.

Na tentativa de desativação de um deles morreu também um jornalista italiano.

A OCHA acrescentou que o número de deslocados internos não para de subir, e que já são 218.367 as pessoas que se registraram nas 87 escolas da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) transformadas em albergues.

Cerca de 150 mil pessoas se viram obrigadas a abandonar suas casas e buscar proteção e acomodação em hospitais, centros governamentais e casas de parentes ao longo da Faixa.

Dos edifícios públicos que sofreram danos, 230 são escolas (140 do governo e 90 da UNRWA), o que faz com que seja impossível que o próximo ano escolar comece no início de setembro, como estava previsto.

"O cessar-fogo, que foi estendido até 18 de agosto, se mantém sem que haja informação de violações. No entanto, e por causa da falta de um acordo permanente, a situação em Gaza é ainda insegura", afirma.

"O número de deslocados internos oscila já que muitos voltam e descobrem que as casas ficaram inabitáveis ou carecem de serviços básicos como eletricidade ou água corrente, e que só há comida nos refúgios de emergência", explica.

A OCHA calcula em "8.832 as casas que ficaram totalmente destruídas e necessitam ser levantadas de novo, e em 7.960 as que sofreram danos severos que a fazem inabitáveis até que passem por consertos".

"Outras 5.635 sofreram graves danos e são inabitáveis só em parte enquanto 33.625 apresentam danos menores. Muitos estão retornando para garantir seu lugar nos refúgios perante a possibilidade das retomadas de hostilidades", ressalta.

OCHA anuncia, além disso, que foram tomadas medidas especiais para distribuir comida a 150 mil pessoas que não tem acesso regular aos alimentos, das 730 mil que segundo a organização necessitam desta ajuda.

Com relação ao número de vítimas mortais, a OCHA cifrou em 1.975 os mortos palestinos, 1.417 deles civis, 459 dos quais são crianças e 239 mulheres.

Um total de 328 pessoas não puderam ser identificadas enquanto o número de milicianos ou membros dos grupos armados mortos em combate ou por causa de ataques israelenses chega a 230, segundo a apuração da ONU.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enumera, por sua parte, em 10.193 os feridos, dos quais 3.084 são crianças, 1.970 mulheres e 368 idosos.

Por parte israelense, 66 pessoas perderam a vida, 64 delas soldados, aos quais é preciso acrescentar um trabalhador estrangeiro alcançado por um dos milhares de foguetes lançados pelas milícias palestinas desde a Faixa.

"Quanto aos serviços, é necesssário um cessar-fogo permanente ou contínuo para poder recuperar as infraestruturas de água destruídas. Em lugares de intensos combates como Beit Hanoun, a destruição deste tipo de infraestruturas é calculada em 50% ", ressalta.

Além disso, há escassez de remédios e são necessárias grandes quantidades de combustível para que os geradores possam funcionar, já que as centrais elétricas foram destruídas e cerca de 95% dos habitantes da Faixa carecem de eletricidade.

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EFE   
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