12 de janeiro - O presidente de Israel, Shimon Peres, visitou o caixão contendo o corpo do ex-primeiro-ministro Ariel Sharon durante velório no Knesset, o parlamento israelense, em Jerusalém. Antes de ser liberado ao público, o presidente colocou uma coroa de flores sobre o caixão do ex-líder
Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
12 de janeiro - Sharon, estadista-guerreiro quesurpreendeuinimigos árabescomsuasreviravoltasdramáticas, morreu no sábado (11), aos 85 anos, após oito anos em coma causado por um derrame cerebral
Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
12 de janeiro - Membros da guardo do Knesset carregam o caixão de Ariel Sharon, coberto pela bandeira de Israel
Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
12 de janeiro - Os israelenses prestam neste domingo uma última homenagem ao ex-primeiro-ministro Ariel Sharon
Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
12 de janeiro - Sharon foi um dos fundadores do Estado de Israel e provocou, ao mesmo tempo, admiração e repugnância
Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
12 de janeiro - Sharon, considerado um herói militar em seu país, reconhecido no exterior como um político pragmático, mas odiado como um criminoso de guerra pelos palestinos e pelo mundo árabe
Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
12 de janeiro - Israelenses de todas as tendências reconhecem que o militar e político de 85 anos foi um personagem-chave na história do país
Foto: DARREN WHITESIDE / REUTERS
12 de janeiro - Com a morte de Sharon, o presidente Shimon Peres se torna o único sobrevivente entre os pais fundadores do Estado hebreu
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12 de janeiro - O caixão com o corpo de Sharon foi levado da base militar de Tzrifin para Jerusalém e depois ao Knesset (Parlamento unicameral) para permitir que o público preste uma última homenagem ao ex-líder
Foto: DARREN WHITESIDE / REUTERS
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A morte do ex-premiê Ariel Sharon reacendeu vários debates na sociedade israelense sobre os capítulos mais dramáticos da história do país nos quais o ex-general esteve envolvido. A biografia de Sharon está entrelaçada com a história do Estado de Israel desde sua fundação, em 1948, pois ele ocupou postos-chave tanto na liderança militar como politica do país – até sofrer o derrame cerebral que o deixou em coma, em janeiro de 2006.
Embora estivesse afastado da vida pública nesses oito anos em que ficou em estado vegetativo, sua morte gerou uma comoção surpreendente. Desde as 14h de sábado (horário local), quando a morte foi anunciada, a figura de Ariel Sharon vem tomando todo o espaço em todos os veículos de comunicação de Israel. Inúmeros entrevistados, que acompanharam diversas fases da vida de Sharon, resumem a longa biografia politica e militar do homem que marcou a história de Israel e do Oriente Médio.
O jornal mais popular de Israel, o Yediot Ahronot, escolheu colocar uma foto de Sharon abraçando a esposa Lili em sua primeira página
Foto: Guila Flint / Especial para Terra
E voltam à tona debates sobre episódios do passado de Sharon que também são o passado do país, como o massacre nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila (1982), a retirada dos assentamentos da Faixa de Gaza (2005) e a saída de Sharon do partido de direita Likud e a fundação do partido de centro Kadima. Os debates despertam emoções, como se os fatos tivessem acontecido ontem, e demonstram mais uma vez como Sharon era uma figura controversa.
"Agradeço a Deus por ter afastado Sharon do cargo (de primeiro ministro), antes que conseguisse causar aos residentes de Judeia e Samaria (colonos da Cisjordânia) a mesma tragédia que causou aos residentes de Gush Katif (colonos da Faixa de Gaza)", disse a deputada Orit Struck, do partido de extrema direita Habait Hayehudi (Lar Judaico), que faz parte da coalizão governamental.
O pronunciamento de Struck causou choque a muitos em Israel, que consideram Sharon um herói de guerra, mas expressa o ódio que a direita israelense sente pelo ex-premiê, por ter retirado à força 8 mil colonos da Faixa de Gaza e destruído 21 assentamentos no território palestino.
"Vaca leiteira"
Beni Katsover, um dos lideres dos colonos da Cisjordânia, comparou Sharon a uma "vaca que dava leite mas acabou chutando o balde", em referência ao fato de que Sharon foi o principal "motor" por trás da construção de mais de 100 assentamentos israelenses nos territórios ocupados, mas também foi o único primeiro ministro que desmontou assentamentos.
Para Daniel Issascharov, dono de um bar no centro de Tel Aviv, "Sharon foi o maior combatente da história de Israel"
Foto: Guila Flint / Especial para Terra
Segundo Daniel Issascharov, 30 anos, dono de um bar na rua Allenby, no centro de Tel Aviv, "Sharon foi o maior combatente da história de Israel, mas não gostei do que ele fez na Faixa de Gaza".
Já Eva Schachter, 75 anos, dona de um restaurante na mesma rua, disse ao Terra que concordou com a retirada dos assentamentos da Faixa de Gaza. "Era necessário retirar os colonos de lá e acho que também devemos desmontar os assentamentos da Cisjordânia para fazer a paz", afirmou.
Eva Schachter, dona de um restaurante, concordou com a retirada dos assentamentos da Faixa de Gaza
Foto: Guila Flint / Especial para Terra
Shachter está revoltada com o fato de que Sharon foi mantido em estado de coma durante oito anos. "Foi decisão dos filhos dele, Omri e Gilad, eles não deviam ter feito isso, Sharon deve ter sofrido muito durante esses oito anos e foi uma despesa desnecessária para os cofres públicos", disse.
Parece que a única unanimidade ligada a Sharon é sobre sua relação com sua esposa, Lili, que morreu em 2000. Não é por acaso que o jornal mais popular de Israel, o Yediot Ahronot, escolheu colocar uma foto de Sharon abraçando Lili em sua primeira página deste domingo.
Todos concordam que entre eles havia um grande amor. Sharon pediu para ser enterrado ao lado de Lili em sua fazenda no sul do país, e o funeral será realizado na segunda feira (13).
Veja a trajetória do ex-premiê israelense Ariel Sharon em fotos
O então primeiro-ministro de Israel sorri durante uma reunião com o Exército e forças policiais em uma base militar próxima a Jerusalém em 5 de janeiro de 2005. Ariel Sharon morreu em 11 de janeiro de 2014, aos 85 anos
Foto: NIR ELIAS / REUTERS
Sharon concede entrevista à imprensa durante uma coletiva em Tel Aviv, em 1 de dezembro de 2005
Foto: GIL COHEN MAGEN / REUTERS
O ex-premiê comparece a uma sessão do parlamento israelense em 23 de novembro de 2005
Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
Ariel Sharon (esq.) e o então ministro das Finanças Benjamin Netanyahu participam de um encontro em 16 de janeiro de 2005
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Sharon em reunião com o então presidente israelense Moshe Katsav in Jerusalém, em 21 de fevereiro de 2005
Foto: David Furst / REUTERS
Então primeiro-ministro, Ariel Sharon ouve convidados durante reunião em seu escritório em Jerusalém em 10 de outubro de 2005
Foto: RONEN ZVULUN / REUTERS
Ariel Sharon sorri enquanto discursa durante reunião semanal com autoridades em Jerusalém, nesta imagem de 2 de janeiro de 2005
Foto: POOL / REUTERS
O primeiro-ministro palestino Mahmoud Abbas (esq.), o presidente americano George W. Bush e Ariel Sharon caminham com o rei da Jordânia Abdullah II (dir.) após uma conferência em Aqaba em 4 de junho de 2003
Foto: ALI JAREKJI / REUTERS
Durante cerimônia em homenagem a mortos, Ariel Sharon comparece a memorial em Latrun, Israel, em 3 de outubro de 2002
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Ariel Sharon (dir.) viaja em helicóptero ao lado do então governador do Texas George Bush (esq.) e Mike Leavitt, governador de Utah à época, em uma viagem sobrevoando territórios israelenses em 1 de dezembro de 1998
Foto: STRINGER / REUTERS
O ex-premiê israelense e o então ministro do Exterior Shimon Peres participam de cerimônia na Jordânia próximo à cidade portuária israelense de Eilat em 28 de fevereiro de 2002
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Mahmoud Abbas (esq.), então premiê palestino, e o israelense Ariel Sharon (dir.) se encontram para buscar uma solução para os conflitos na região em 1 de julho de 2003
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Ariel Sharon e seu filho, o então parlamentar Omri, participam de sessão política em 10 de novembro de 2004
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O então primeiro-ministro israelense sinaliza o fim de uma conferência em Tel Aviv em 10 de março de 2005