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Organização contra armas químicas ganha Nobel da Paz

11 out 2013 - 07h48
(atualizado às 10h03)
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A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), encarregada de supervisionar a destruição do arsenal químico sírio, ganhou na sexta-feira o Prêmio Nobel da Paz de 2013.

Diretor-Geral da Organização para Proibição de Armas Químicas, Ahmet Uzumcu, durante entrevista à imprensa em Haia, Países Baixos, 11 de outubro de 2013. A Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq), que está trabalhando na destruição do arsenal da Síria, venceu o Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira, disse o comitê norueguês do Nobel.
Diretor-Geral da Organização para Proibição de Armas Químicas, Ahmet Uzumcu, durante entrevista à imprensa em Haia, Países Baixos, 11 de outubro de 2013. A Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq), que está trabalhando na destruição do arsenal da Síria, venceu o Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira, disse o comitê norueguês do Nobel.
Foto: Michel Kooren / Reuters

Trata-se de uma organização relativamente pequena, que não faz parte da estrutura da ONU e que tem um orçamento modesto. Sua sede fica em Haia, na Holanda. Criada em 1997, teve como seu primeiro presidente o diplomata brasileiro Maurício Bustani, até 2002.

São da Opaq os especialistas que investigaram na Síria um ataque com gás sarin que matou mais de 1.400 pessoas, em agosto, numa mobilização que ajudou a evitar uma ação militar dos EUA contra o governo de Bashar al Assad.

Thorbjoern Jagland, presidente do comitê que concede o Nobel da Paz, disse que o prêmio serve para lembrar às nações com grandes arsenais químicos, como EUA e Rússia, da necessidade de acabar com essas armas, "especialmente porque elas estão exigindo que outros façam o mesmo, como a Síria".

"Agora temos a oportunidade de nos livrar de toda uma categoria de armas de destruição de massa... Seria um grande fato na história se conseguíssemos isso", acrescentou.

A missão da Opaq na Síria foi inédita por ocorrer durante uma guerra civil que já matou mais de 100 mil pessoas desde 2011. Integrantes do grupo chegaram a ser alvejados por franco-atiradores em 26 de agosto, mas nesta semana o diretor da entidade, Ahmet Uzumcu, disse que as autoridades sírias estão cooperando com o processo.

O prêmio marca uma volta do Nobel a questões "clássicas" do desarmamento, que estavam na sua origem, após decisões polêmicas nos últimos anos, como a premiação concedida à União Europeia em 2012 e ao presidente dos EUA, Barack Obama, em 2009.

O testamento do inventor Alfred Nobel, que institui o prêmio em 1895, diz que o Nobel da Paz deveria ser concedido a uma entre três causas: "Fraternidade entre as nações", abolição ou redução dos exércitos permanentes, e formação e difusão de congressos de paz.

Uzumcu disse a uma TV norueguesa que o prêmio "certamente encorajará nossos funcionários a demonstrarem mais o que eles podem fazer em termos de contribuição para a paz e a segurança globais".

Um tratado internacional de 1992 prevê a eliminação total das armas químicas no mundo, e os EUA e a Rússia se comprometeram a eliminar seus arsenais até 2012, o que não ocorreu.

Uzumcu disse que 80 por cento dos arsenais sob a fiscalização da Opaq, excluindo o da Síria, já foram eliminados. "No entanto, 20 por cento ainda terão de ser destruídos", afirmou.

A Opaq, com sede em Haia, tem cerca de 500 funcionários e um orçamento anual inferior a 100 milhões de dólares. A entidade só começou a ser citada entre os favoritos ao prêmio nas últimas horas antes do anúncio.

A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, baleada na cabeça pelo Taliban em represália por sua campanha pela educação feminina, era apontada como favorita nas casas de apostas.

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