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'Ofensiva antidemocrática exige ações concretas e urgentes', diz Lula em encontro de líderes de esquerda

Os líderes de esquerda do Chile, Espanha, Brasil, Colômbia e Uruguai estão reunidos nesta segunda-feira (21) em Santiago, no Chile, para levantar suas vozes em favor do multilateralismo diante das políticas protecionistas dos Estados Unidos e em defesa da democracia contra a desinformação e o extremismo. Antes de um almoço de trabalho, eles falaram à imprensa.

21 jul 2025 - 16h02
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Os líderes de esquerda do Chile, Espanha, Brasil, Colômbia e Uruguai estão reunidos nesta segunda-feira (21) em Santiago, no Chile, para levantar suas vozes em favor do multilateralismo diante das políticas protecionistas dos Estados Unidos e em defesa da democracia contra a desinformação e o extremismo. Antes de um almoço de trabalho, eles falaram à imprensa.

Da esquerda para a direita, os presidentes Yamandu Orsi, do Uruguai; Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil; Gabriel Boric, do Chile; o premiê espanhol Pedro Sanchez e o presidente colombiano Gustavo Petro, durante a reunião "Democracia Sempre", em Santiago do Chile, 21/7/25.
Da esquerda para a direita, os presidentes Yamandu Orsi, do Uruguai; Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil; Gabriel Boric, do Chile; o premiê espanhol Pedro Sanchez e o presidente colombiano Gustavo Petro, durante a reunião "Democracia Sempre", em Santiago do Chile, 21/7/25.
Foto: AP - Esteban Felix / RFI

Sob o lema "Democracia Sempre", o encontro acontece em um momento de crescentes avanços de partidos e governos de extrema direita na Europa e na América Latina. Também coincide com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas unilateralmente à maioria dos países e seguir uma política externa agressiva para resolver conflitos em todo o mundo.

Gabriel Boric explicou que os líderes apresentarão propostas em três frentes: fortalecimento da democracia e do multilateralismo; enfrentamento da desinformação e do "uso malicioso da tecnologia"; e combate à desigualdade e ao extremismo.

O presidente chileno também afirmou ter conversado com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e com os primeiros-ministros do Reino Unido, Keir Starmer, e do Canadá, Mark Carney, que não puderam comparecer à reunião.

"Tarefa permanente"

Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lutar pela democracia "é uma tarefa permanente". Ele lembrou o encontro promovido por Brasil e Espanha à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro do ano passado. "De lá para cá, a situação do mundo se agravou. O quadro que enfrentamos exige ações concretas e urgentes", acrescentou.

"A democracia liberal não foi capaz de responder aos anseios e necessidades contemporâneas. Cumprir o ritual eleitoral a cada 4 ou 5 anos não é mais suficiente. O sistema político e os partidos caíram no descrédito."

Lula disse que conversou com os líderes Gabriel Boric, do Chile; Pedro Sánchez, da Espanha; Gustavo Petro, da Colômbia; e Yamandú Orsi, do Uruguai, sobre o fortalecimento das instituições democráticas e do multilateralismo diante dos sucessivos ataques que vêm sofrendo.

"Concordamos sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais e do combate à desinformação, para devolver ao Estado a capacidade de proteger os seus cidadãos. A chave para um debate público livre, plural é a transparência de dados e uma governança digital global. Liberdade de expressão não se confunde com a autorização para incitar a violência, difundir o ódio, cometer crimes e atacar o Estado de Direito", disse.

Contra a desigualdade

O presidente brasileiro disse ainda que o grupo reconhece a urgência de lutar contra todas as formas de desigualdade. "Não há justiça em um sistema que amplia benefícios para o grande capital e corta os direitos sociais", argumentou. "O salário médio global de um presidente de multinacional é 56 vezes maior do que o de um trabalhador. Políticas de austeridades obrigam o mundo em desenvolvimento a conviver com o intolerável, 733 milhões de pessoas passam fome todos os dias."

Lula citou ainda a necessidade de uma justiça tributária e disse que o combate às desigualdades sociais de raça e de gênero pode resgatar a coesão e legitimidade das democracias. Ele também lembrou que a crise ambiental introduz novas formas de exclusão, com os impactos desproporcionais para os setores mais vulneráveis.

"A defesa da democracia não cabe somente aos governos, requer participação ativa da academia, dos parlamentos, da sociedade civil, da mídia e do setor privado", lembrou o líder brasileiro.

O presidente disse ainda que os líderes reunidos vão discutir como levar essa iniciativa aos movimentos sociais, ONGs, sindicatos, academia e estudantes. "Esta caminhada continuará em setembro com outro evento em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU, envolvendo mais países latino-americanos, europeus, africanos e asiáticos", prometeu.

No almoço em Santiago, os líderes vão poder trocar ideias com personalidades como o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, a filósofa americana Susan Neiman, e a ex-presidente chilena Michelle Bachelet.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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