PUBLICIDADE

Mundo

No remoto sul do Chile, mulher de 91 anos luta para manter viva língua ancestral

31 mai 2019 - 16h32
Compartilhar
Exibir comentários

Aquecida por uma fogueira em sua casa no sul do Chile, Cristina Calderón às vezes deseja ter mais pessoas para falar em sua língua materna enquanto costura meias de lã para vender no mercado local.

Cristina Calderón
17/05/2019
REUTERS/Jorge Vega
Cristina Calderón 17/05/2019 REUTERS/Jorge Vega
Foto: Reuters

Calderón, de 91 anos, é a última pessoa a falar a ancestral e milenar língua yámana da comunidade indígena yagán, que há muito tempo habita a remota ponta da América do Sul, área que agora é parte da Argentina e do Chile.

"Costumava haver muitos yaganes, meu pai e minha mãe eram yagán, então quando eles nasceram, sempre falavam a língua yagán e foi assim que eu cresci", disse Calderón, que não aprendeu espanhol até os 9 anos de idade.

Cercada por fotos de sua família com os traços característicos da tribo nômade, Calderón vive em uma pequena casa em Villa Ukika, um localidade criada pelos yagán nos arredores do maior assentamento chileno, Puerto Williams.

Calderón recorda com nostalgia a última pessoa com quem pôde conversar em yámana, sua falecida irmã, e está animada com o interesse que uma de suas filhas demonstrou na língua.

"Ela pode aprender a falar", disse Calderón com um sorriso.

Emobra ainda restem algumas dezenas de nativos yagán, Calderón disse que, ao longo das gerações, elas pararam de aprender a língua. Às vezes, ela mesma se preocupa com as palavras se esvaindo.

"Às vezes eu esqueço as coisas", disse Calderón à Reuters. "Mas depois de pensar um pouco, elas voltam para mim."

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade