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Não ter filhos é 'nova pobreza', diz papa Francisco

Pontífice alertou para queda nas taxas de natalidade

12 mai 2022 - 13h58
(atualizado às 14h13)
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O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (12) que a queda das taxas de natalidade em países desenvolvidos é uma "emergência social" e que não ter filhos é uma espécie de "pobreza".

Papa Francisco beija cabeça de bebê durante audiência geral na Praça São Pedro
Papa Francisco beija cabeça de bebê durante audiência geral na Praça São Pedro
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

As declarações foram dadas em uma mensagem enviada para a segunda edição dos Estados Gerais da Natalidade, evento realizado em Roma e criado para discutir formas de combater a tendência de esvaziamento populacional da Itália.

"O tema da natalidade representa uma verdadeira emergência social. Não é imediatamente perceptível como outros problemas que ocupam o noticiário, mas é muito urgente: Cada vez nascem menos crianças, e isso significa empobrecer o futuro de todos. A Itália, a Europa e o Ocidente estão se empobrecendo de futuro", afirmou o Papa.

Segundo Francisco, existe uma "periferia existencial e pouco vistosa" no Ocidente, que reúne os "homens e mulheres com desejo de ter filhos, mas que não conseguem realizá-lo".

"Muitos jovens sofrem para concretizar seu sonho familiar, então abaixam o padrão de desejo e se contentam com substitutos medíocres, como os negócios, o carro, as viagens, a proteção ciumenta do tempo livre... A beleza de uma família rica em filhos arrisca se tornar uma utopia, um sonho difícil de ser realizado", acrescentou.

"Essa é uma nova pobreza que me assusta. É a pobreza generativa de quem faz um desconto para o desejo de felicidade que tem no coração, de quem se resigna a diluir as maiores aspirações, de quem se contenta com pouco e deixa de sonhar grande. Sim, é uma pobreza trágica porque atinge os seres humanos em sua maior riqueza: colocar vidas no mundo para transmitir com amor a existência recebida", disse.

Jorge Bergoglio ainda afirmou que ignorar o problema da queda nas taxas de natalidade é uma "postura míope" e que é preciso colocar em campo "políticas concretas para impulsionar a família".

Em novembro passado, o Instituto Nacional de Estatística (Istat), espécie de IBGE da Itália, divulgou um estudo que aponta que a população do país pode diminuir 20% nas próximas cinco décadas, chegando a 47,6 milhões de habitantes em 2070 - hoje são 59,6 milhões.

Ansa - Brasil   
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