Namorada de brasileiro desaparecido em Israel conta que precisou usar corpos para se defender
O casal estava em um festival no sul de Israel quando notaram os mísseis no céu que dariam início aos ataques terroristas
Após o grupo Hamas bombardear Israel neste sábado, 7, a nação declarou estado de guerra. No segundo dia do conflito, a situação não foi amenizada e mais de 900 pessoas já faleceram como resultado do ataque de grandes proporções.
Durante entrevista à CNN, Rafaela Treistman, que é namorada de um brasileiro que desapareceu após o ataque, relembrou o que viveu. Ela e Rannani Glazer se encontravam num festival no sul de Israel quando notaram os mísseis no céu.
Ao lado de um amigo, o casal passou a procurar um bunker. Diante da superlotação no local de proteção, Rafaela disse que não era nem possível 'se mexer'.
"Fomos para uma estrada e vimos que em um ponto de ônibus tinha um bunker. Aí a gente achou que ia ficar tudo bem, já que no bunker os mísseis não seriam problemas. Mas começou a entupir de gente o bunker. Não sei dizer quantas, só não dava para se mexer", afirmou.
A situação se agravou quando inúmeras bombas de gás foram lançadas contra o bunker. Ela disse que eles se defenderam com os corpos das pessoas que ali faleceram.
"Havia vários feridos e mortos dentro do bunker. Não tínhamos como sair, tentando ligar para a polícia. Se defendendo literalmente com os corpos das pessoas que morreram", conta.
Desaparecimento
Ela, muito desorientada, não viu Rannani. Assim, Rafaela, que desmaiava, não sabe se ele conseguiu se levantar e ir embora. Com a chegada das autoridades, ela deixou o bunker com o amigo, entretanto, não encontrou o namorado.
"Eu não lembro direito das coisas. Sei que em uma hora ele estava comigo, estávamos em um canto, abraçados, e em outra hora ele não estava mais. Eu estava tão desorientada que perguntava para uma menina que estava do meu lado 'Ranani, é você?'. E ela não respondia", explicou ela.
Agora, ela segue em contato com os pais do namorado e também disse que amigos próximos criaram um grupo que pode favorecer às buscas por Ranani, que tem 24 anos.