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Na ONU, Trump promete 'destruir completamente' Coreia do Norte se houver ameaça

19 set 2017 - 16h37
(atualizado às 16h40)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agravou o impasse resultante da atividade nuclear da Coreia do Norte nesta terça-feira, ao ameaçar "destruir completamente" o país de 26 milhões de pessoas e zombar de seu líder, Kim Jong Un, que chamou de "homem-foguete".

Trump faz discurso na ONU
 19/9/2017   REUTERS/Shannon Stapleton
Trump faz discurso na ONU 19/9/2017 REUTERS/Shannon Stapleton
Foto: Reuters

Em um discurso ríspido à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Trump pintou um quadro sombrio de um mundo em perigo, adotou uma abordagem mais agressiva para resolver desafios globais que vão do Irã à Venezuela e fez uma defesa despudorada da soberania norte-americana.

"Os Estados Unidos têm grande força e paciência, mas se forem forçados a se defender, ou a seus aliados, não teremos escolha senão destruir completamente a Coreia do Norte", afirmou Trump ao organismo de 193 membros, atendo-se a um roteiro.

Enquanto murmúrios altos e surpresos eram ouvidos no plenário, Trump descreveu Kim em tom ácido, dizendo que "o homem-foguete está em uma missão suicida para ele mesmo e seu regime".

Seus comentários abalaram líderes mundiais reunidos no salão de mármore verde da Assembleia, onde minutos antes o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu liderança, dizendo: "Não podemos caminhar como sonâmbulos para a guerra".

A ameaça mais direta de Trump de um ataque militar à Coreia do Norte em sua primeira participação na Assembleia Geral foi sua manifestação mais recente de preocupação com os lançamentos de mísseis balísticos de Pyongyang sobre o Japão e com testes nucleares subterrâneos.

Os assessores do presidente dos EUA dizem que ele teme os avanços norte-coreanos na tecnologia de mísseis e os poucos meios disponíveis para uma reação pacífica sem a ajuda da China.

Dentro do plenário, um homem cobriu o rosto com as mãos pouco depois da menção à 'destruição total' de Trump. A primeira-ministra sueca, Margot Wallstrom, cruzou os braços.

"Foi o discurso errado no momento errado e à plateia errada", disse ela mais tarde à rede BBC.

Trump não recuou, e ao invés disso tuitou a frase de seu discurso em que promete destruir a Coreia do Norte se necessário.

Um diplomata norte-coreano de baixo escalão se sentou na primeira fila da delegação durante a fala de Trump, informou a missão de seu país na ONU, mas sem responder de imediato a um pedido de comentário.

A retórica beligerante de Trump contrastou com comentários de alguns membros de seu próprio gabinete, que expressaram uma preferência por uma solução diplomática.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que fará tudo em seu poder para garantir tal solução.

VENEZUELA

Em sua primeira aparição na reunião anual de líderes mundiais, o presidente norte-americano usou um discurso de 41 minutos para apontar também as ambições nucleares e influência regional do Irã, a democracia em colapso na Venezuela e a ameaça de extremistas islâmicos.

Entretanto, suas palavras mais fortes foram direcionadas à Coreia do Norte. Ele pediu que os países-membros da ONU trabalhem juntos para isolar o governo de Kim até que ele interrompa o comportamento "hostil".

Trump disse que o desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos pela Coreia do Norte "ameaça o mundo inteiro com um impensável custo de vida humana".

Falando sobre a Venezuela, Trump chamou a situação no país de "completamente inaceitável" e disse que os Estados Unidos não podem assistir passivamente. Ele advertiu que os EUA estão considerando quais ações adicionais podem tomar.

A Venezuela rejeitou as ameaças de Trump e disse que estava preparada para resistir a qualquer ação dos EUA, mesmo uma invasão militar. O ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, chamou Trump de um supremacista branco que estava devolvendo o mundo à Guerra Fria dos anos 1980.

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