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Moradores e serviços de emergência enfrentam escassez de medicamentos em Gaza

Os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza ainda são frequentes, embora menos intensos do que antes do cessar-fogo. As autoridades palestinas, no entanto, emitiram um alerta sobre os estoques de medicamentos que estão quase esgotados. O acesso a cuidados médicos no território é cada vez mais difícil.

23 dez 2025 - 13h42
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Frédérique Misslin e Férial Abdou, correspondentes da RFI em Jerusalém e Gaza

Palestinos aguardam para receber medicamentos na clínica administrada pela UNRWA no campo de refugiados de al-Shati, a oeste da Cidade de Gaza, em 28 de abril de 2025. (Ilustração)
Palestinos aguardam para receber medicamentos na clínica administrada pela UNRWA no campo de refugiados de al-Shati, a oeste da Cidade de Gaza, em 28 de abril de 2025. (Ilustração)
Foto: © Omar Al-Qattaa / AFP / RFI

Antes da guerra, Ibtissam conseguia seus medicamentos em qualquer farmácia de Gaza. Aos 58 anos, ela sofre de diabetes e hipertensão, e é obrigada a ir a diferentes farmácias e hospitais para conseguir seus tratamentos.

"Se eu preciso de analgésicos ou antibióticos, é um problema. Todos os medicamentos são caros. O que costumava custar 20 shekels (cerca de R$ 34) agora custa 60 ou 70 shekels (entre R$ 97 e R$ 117)", explica ela.

Nível de escassez "nunca antes visto"

Em Gaza, um comprimido de paracetamol, quando disponível, custa o equivalente a R$ 13. O problema é a escassez de produtos, como explica Ala Saqr Halas, diretor do Departamento de Farmácia do Ministério da Saúde. 

"Estamos falando de uma catástrofe farmacêutica, iminente ou já em curso", afirma. "Há uma grave escassez de medicamentos essenciais e produtos médicos, 55% dos medicamentos essenciais estão em falta e 71% dos produtos médicos. Este nível de escassez nunca foi atingido antes", sublinha. 

O Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas, especifica que os serviços de emergência são os que mais sofrem com a falta de remédios.

Israel continua a destruição 

O cessar-fogo não interrompeu a destruição no território palestino. Desde 10 de outubro, data em que entrou em vigor, o Exército israelense demoliu centenas de edifícios a leste da Cidade de Gaza, uma área sob seu controle, segundo novas imagens de satélite.

A BBC fez um balanço em novembro, após um mês de cessar-fogo, e contabilizou 1.500 edifícios destruídos. Um mês depois, novas imagens de satélite mostram que a demolição continua a ser sistemática em áreas controladas por Israel e revelam terrenos completamente arrasados em Shujayea, um bairro a leste da Cidade de Gaza.

Treze novos postos avançados israelenses também foram estabelecidos, elevando o total para 48 ao longo da Linha Amarela, que marca a zona de contenção em Gaza imposta por Israel como parte do acordo de cessar-fogo.

Antes da guerra, aproximadamente um milhão de pessoas viviam do outro lado dessa nova fronteira. As imagens, da empresa americana Planet Labs, que estão sendo analisadas por um grupo de pesquisa britânico, revelam que muitos sobreviventes encontraram refúgio em campos a oeste.

Os documentos mostram o que especialistas consideram uma provável violação da Convenção de Genebra. De acordo com o centro de satélites das Nações Unidas, 81% da infraestrutura em Gaza foi destruída desde 2023, tornando-a uma das regiões mais afetadas na história dos conflitos armados.

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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