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Monte Rinjani: Brasileiro recordista no Everest descreve como é trilha onde Juliana Marins morreu

Carlos Santalena fez o trajeto em 2015; ele relatou que o local é úmido, com rocha porosa e muito escorregadia

29 jun 2025 - 16h03
(atualizado às 20h10)
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Morte de brasileira Juliana Marins é a 6ª registrada em cinco anos em área de vulcão na Indonésia:

O recorde de ser o primeiro brasileiro a chegar ao cume do Monte Everest mais vezes é do alpinista Carlos Santalena. Ele escalou os 8.849 metros quatro vezes. Em 2015, ele subiu o Monte Rinjani, na Indonésia, junto do programa Planeta Extremo, da TV Globo. O local foi destaque durante a última semana, devido à morte da brasileira Juliana Marins

Ao podcast O Assunto, ele relatou à Natuza Nery como foi a experiência de percorrer os 3.726 metros de trilha até o cume do local, que fica na ilha de Lombok. 

"É um ambiente vulcânico, a rocha porosa é muito escorregadia. Você acaba patinando sobre ela. À medida que você vai subindo, você dá um passo para trás", afirmou. 

Ele destaca que a ilha é extremamente úmida, pois fica próximo de uma zona tropical. É possível sentir um calor “que vem dos pés, sai da terra”, conforme descreve. 

Juliana Marins fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro
Juliana Marins fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro
Foto: Reprodução/ajulianamarins/Instagram

Quando chegou à Lombok, ele e sua equipe analisaram o clima por dois dias, já que chove muito na região, apesar de ter umas brechas para o sol durante a manhã. “A gente acabou esperando para tomar a decisão de ir ao Rijani pelas situações que poderiam ter ali, e talvez impossibilitar a subida”, relembra. 

Socorristas viram Juliana Marins com o auxílio de um drone
Socorristas viram Juliana Marins com o auxílio de um drone
Foto: Reprodução/btn_gn_rinjani/Instagram

São dois dias até chegar ao acampamento base, uma altitude um pouco mais baixa, com a trilha bem marcada e alguns pontos fechados de floresta dentro da reserva natural. O base camp fica em uma pequena colina, a pouco mais de 2 mil metros de altitude.  

“Você chega, monta acampamento. A Indonésia é um país precário, também de terceiro mundo, que não tem, evidentemente, uma estrutura de acampamento oferecida. São barracas mais para aquela expedição, um pouco de comida, porque o Rinjani não é uma expedição tão complexa assim, nem uma montanha tão complexa assim, porque você faz em dois ou três dias", explica. 

No entanto, o trajeto é extremamente difícil, devido à areia vulcânica que há ali, com pedras soltas. “É uma rocha leve, [você] perde o caminhar. Existe uma dificuldade de terreno. Existem poucos momentos expostos a grandes abismos, mas há pequenas arestas, onde você tem que caminhar mais delicadamente", descreve. 

Segundo ele, não é necessário ser experiente para subir o Rinjani, mas é preciso ter informações preliminares de como é a trilha, uma lista de equipamentos correta e um manejo operacional correto. 

À medida que a altitude aumenta, vai ficando mais frio e há mais vento. Por volta das 2h da manhã, os participantes acordam para fazer o trecho final até o topo do vulcão, que é considerado o pior, pois a passagem é muito pequena, com um desfiladeiro dos dois lados. 

Juliana caiu a cerca de 3 mil metros de altitude, pouco antes de chegar ao cume. Ela teria sido deixada para trás pelo guia, pois precisava descansar. Santalena aponta que ela não deveria ter sido deixada sozinha. 

Juliana Marins morreu entre terça e quarta-feira, quatro dias após ter caído na trilha, diz legista:

“Nesse caso, o grupo inteiro deveria ter descido com o guia. Geralmente, a gente trabalha com uma proporção de um guia para cada dois clientes. Numa montanha menos complexa, um para três. Esse guia estava com cinco pessoas, o que na minha opinião já seria uma proporção para guia/cliente demasiada. A atitude de deixar um para trás em detrimento de outros quatro chegarem ao cume, não é uma atitude coerente com o grupo de cinco que ele acabou escolhendo”, conclui. 

Fonte: Redação Terra
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