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Meninos são encontrados com vida após 9 dias presos em caverna na Tailândia

Centenas de pessoas foram mobilizadas no resgate dos 12 garotos e seu técnico de futebol que entraram em um complexo rochoso subterrâneo

2 jul 2018 - 12h55
(atualizado às 13h50)
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Todos os 12 garotos e seu técnico de futebol que estavam perdidos havia nove dias em uma caverna na Tailândia foram encontrados com vida nesta segunda-feira, segundo o governo local.

Grupo entrou em uma enorme rede de cavernas há uma semana
Grupo entrou em uma enorme rede de cavernas há uma semana
Foto: Facebook/Ekatol / BBC News Brasil

Segundo as autoridades tailandesas, os meninos foram encontrados por forças especiais da Marinha local, e já estão em segurança.

Os 12 garotos de um time de futebol e seu técnico de 25 anos chegaram no início da tarde do último dia 24 à entrada da caverna Tham Luan Nang, na Tailândia. Eles prenderam suas bicicletas ao gradil, pegaram suas mochilas e entraram no local para aparentemente explorar as profundezas de uma montanha no norte do país — e não foram mais vistos desde então.

O lugar na Província de Chiang Rai é a quarta caverna mais longa da Tailândia e bastante popular por turistas e com quem vive ali por suas impressionantes formações rochosas de pedra calcária.

Primeiro, elas se abrem e formam um ambiente amplo e de teto alto, parecido com o de um grande anfiteatro, e depois dão em passagens estreitas que levam a uma rede de cavernas menores nas quais os locais dizem não ser seguro se aventurar, especialmente durante a temporada de chuvas, que normalmente começa em julho.

Algumas horas depois do grupo entrar, um guarda notou que as bicicletas ainda estavam por ali, mesmo depois do horário de fechamento do parque onde fica Tham Luan Nang.

Deu-se então o início de uma angustiante busca pelos meninos, que têm idades entre 11 e 16 anos, e seu treinador. A grande mobilização de esforços comoveu o mundo em torno de uma corrente de apoio e esperança de que o grupo fosse encontrado.

Time correu risco com inundações da caverna

Enquanto estiveram dentro da caverna, o principal risco para os meninos tailandeses foram as chuvas: uma precipitação maior pode fazer o interior da caverna ser inundado em até cinco metros, por isso recomenda-se que ela seja explorada apenas entre novembro e abril, como informou um guia local à BBC.

Começou a chover não muito tempo depois que o time e seu técnico entraram, o que também dificultou o trabalho dos mergulhadores que participaram das buscas.

Logo depois da entrada do time, a chuva tornou impossível passar pela entrada principal da caverna - acredita-se que isso tenha impedido o grupo de voltar.

Equipes de resgate tentaram usar bombas industriais para drenar a água, mas o nível sobe mais rápido do que o volume que é possível retirar.

Pegadas de esperança

Na terça-feira, foram vistas pegadas recentes dentro do complexo de cavernas, alimentando esperanças de que os desaparecidos estivessem em segurança.

Mensagens enviadas pelos garotos antes de começar a exploração indicavam que eles tinham levado lanternas e comida, mas é improvável que estivessem preparados para passar mais do que algumas poucas horas ali dentro.

No local de resgate, passados os primeiros dias, como voluntários e equipes não haviam até então conseguido encontrar uma outra entrada para a caverna, as autoridades elaboraram um plano: perfurar a pedra para criar uma passagem alternativa para o interior da montanha.

Mas a dificuldade para achar um local adequado para posicionar o maquinário pesado em meio à mata na encosta repleta de lama da montanha, e, ao mesmo tempo, garantir que as rochas ao redor não desmoronariam tornaram essa ideia impraticável.

Na última sexta-feira, foi identificada uma pequena abertura nas montanhas sobre a caverna. Especialistas britânicos entraram por meio dela e conseguiram chegar a uma profundidade de 20 metros. Policiais também a usaram para atingir uma grande câmara que ainda estava seca.

Caso mobilizou o país

A Tailândia parou para acompanhar as buscas pelos meninos. Uma hashtag que pode ser traduzida como "os estranhos que queremos conhecer mais" foi usada para transmitir a preocupação com o grupo.

Outras hashtags que se traduzem em frases como "13 vidas devem sobreviver" e "tragam para casa os jogadores Moo Pa" também foram usadas.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro Prayut Chan-o visitou a base de resgate, no estacionamento da entrada da caverna, onde estão 840 soldados, 90 integrantes de forças especiais, quatro helicópteros, escavadores e equipamentos para situações de desastre. Familiares dos desaparecidos também estão acampados do lado de fora da caverna.

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