Manifestantes com fotos de vítimas de massacre em escola protestam em convenção da NRA no Texas
Um grupo de manifestantes revoltados pelas mortes de alunos de uma escola primária do Texas fez um protesto, nesta sexta-feira, do lado de fora da convenção anual da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), em Houston.
Os manifestantes levaram cruzes com fotos de vítimas do massacre a tiros e gritaram: "NRA vai embora" e "Vergonha, podem ser seus filhos hoje", enquanto centenas de membros do maior grupo pró-armas dos Estados Unidos chegavam ao centro de convenções do evento.
O massacre de 19 estudantes e dois professores por um atirador de 18 anos equipado com um fuzil de assalto semiautomático estilo AR-15 em Uvalde, no Texas, deve limitar o comparecimento à primeira convenção da NRA em três anos.
Uvalde fica cerca de 450 km a oeste de Houston.
O ex-presidente Donald Trump e o senador norte-americano Ted Cruz, um republicano do Texas, estão programados para proferir discursos nesta sexta-feira no evento. O governador do Texas, Greg Abbott, desistiu de discursar presencialmente.
Abbott planeja proferir um discurso pré-gravado e viajará para Uvalde.
Dentro do enorme centro de convenções no centro de Houston, os participantes compravam camisetas e bonés temáticos da NRA, cujas vendas ajudam a financiar os programas do grupo. O salão tinha centenas de exposições de fabricantes de armas, exibindo pistolas, espingardas de caça e fuzis de assalto.
Tim Hickey, um veterano do Corpo de Fuzileiros Navais que participava do evento, minimizou os protestos. "Estas pessoas são marionetes e ovelhas para a mídia. Eles não estão mudando a opinião de ninguém", disse.
O manifestante Johnny Mata pediu à NRA que interrompesse a convenção e realizasse uma cerimônia em homenagem às vítimas.
"Eles têm a audácia de não cancelar em respeito a estas famílias", disse Mata, que representava o grupo de defesa Grande Coalizão de Houston para a Justiça. A NRA deveria "deixar de fazer parte do assassinato de crianças nas escolas americanas", disse.
A decisão da NRA de prosseguir com sua maior reunião anual faz parte de uma estratégia de décadas de resistência à pressão pelo controle de armas nos EUA que data do massacre a tiros na Columbine High School, em 1999, no Colorado.
A convenção deste fim de semana é a primeira reunião anual do grupo de cinco milhões de membros depois de dois cancelamentos anteriores devido à pandemia da Covid-19.