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Manifestações por reféns retomam em Israel e pressionam Netanyahu, alvo de processos

No primeiro fim de semana de um cessar-fogo ainda frágil entre Israel e o Irã, manifestantes voltaram às ruas de Tel Aviv neste sábado (28) para exigir a libertação dos reféns detidos em Gaza pelo grupo Hamas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é pressionado a acelerar as negociações de paz, apesar de ter de comparecer aos tribunais nesta semana, alvo de três processos.

29 jun 2025 - 05h07
(atualizado às 07h26)
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Manifestantes voltaram às ruas de principais cidades israelenses, como Tel Aviv, para pedir o gim da guerra em Gaza e a volta dos reféns detidos pelo grupo Hamas. (28/06/2025)
Manifestantes voltaram às ruas de principais cidades israelenses, como Tel Aviv, para pedir o gim da guerra em Gaza e a volta dos reféns detidos pelo grupo Hamas. (28/06/2025)
Foto: AP - Ariel Schalit / RFI

No primeiro fim de semana de um cessar-fogo ainda frágil entre Israel e o Irã, manifestantes voltaram às ruas de Tel Aviv neste sábado, 28, para exigir a libertação dos reféns detidos em Gaza pelo grupo Hamas. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é pressionado a acelerar as negociações de paz, apesar de ter de comparecer aos tribunais nesta semana, alvo de três processos.

Os protestos pelos reféns, que se repetem nas principais cidades israelenses, foram interrompidos durante três semanas, devido à guerra com o Irã. Os manifestantes exigem um acordo que permita a libertação dos 49 israelenses ainda detidos nos territórios palestinos desde os ataques de 7 de outubro de 2023 e pedem o fim do conflito em Gaza.

"Chega de guerra", gritavam eles neste sábado, em Jerusalém. Einav Zangauker acredita que esta é a última chance de ver o filho Matan vivo novamente.

"É Netanyahu quem se recusa a acabar com a guerra", clamou. "Há um acordo sobre a mesa, e quem o está sabotando é Netanyahu, que se recusa a acabar com a guerra. Chega de política. Assim como fizeram com o conflito no Irã, agora decidam acabar com a guerra em Gaza", exaltou-se.

Outra mãe, Chantal, espera que o presidente americano, Donald Trump, pressione o primeiro-ministro israelense a aceitar um acordo. "Essa pode ser nossa única esperança hoje, porque, francamente, estamos travados e não conseguimos chegar a um acordo em nenhuma das partes. Já se passou mais de um ano e meio, 631 dias", disse, ao correspondente da RFI em Jerusalém, Michel Paul. "Não podemos mais continuar assim."

Julgamento de premiê traz pessimismo a negociações

Pepe Alalu, ex-vice-prefeito de Jerusalém, não confia mais em Benjamin Netanyahu. "Estou muito pessimista. Não vejo a gente saindo de Gaza enquanto o julgamento de Bibi [apelido de Netanyahu] continuar. Não vejo alternativa", afirmou. "Vai ser difícil sair dessa situação."

Na sexta-feira (27), um tribunal israelense rejeitou o pedido de Netanyahu para suspender suas audiências no julgamento por corrupção por duas semanas. A defesa dele havia solicitado o adiamento das sessões, previstas para esta semana, mencionando os "desenvolvimentos na região e no mundo", após a guerra com o Irã e no contexto do conflito em Gaza.

Os advogados do premiê também apresentaram um pedido de cancelamento das duas próximas sessões judiciais. Em um dos casos, Netanyahu e sua esposa, Sara, são acusados de aceitar mais de US$ 260 mil em bens de luxo como charutos, joias e champanhe de milionários, em troca de favores políticos. Em outros dois, ele é acusado de tentar negociar uma cobertura mais favorável em dois meios de comunicação israelenses.

Neste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que "não tolerará" que o primeiro-ministro israelense continue sendo processado no contexto atual. "Os Estados Unidos gastam bilhões de dólares por ano, muito mais do que qualquer outra nação, para proteger e apoiar Israel. Não vamos tolerar isso", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

Netanyahu "está agora no processo de negociar um acordo com o Hamas, que incluirá trazer os reféns de volta. Como é possível que o primeiro-ministro de Israel seja forçado a ficar em um tribunal o dia todo?", questionou.

Manifestações estavam proibidas

Os manifestantes também voltaram às ruas de Tel Aviv, após o cessar-fogo entre Israel e o Irã entrar em vigor em 24 de junho. Durante o conflito de 12 dias, desencadeado por Israel, as autoridades do país proibiram reuniões públicas por motivos de segurança.

Uma multidão lotou a "Praça dos Reféns", no centro da capital, agitando bandeiras israelenses e segurando fotos dos sequestrados pelo movimento islâmico palestino Hamas.

"Agora espero o fim da guerra em Gaza, porque nada mais pode acontecer lá", disse à AFP um dos manifestantes, Dany Falk, um aposentado de 80 anos. "Só precisamos resgatar nossos [reféns], as 50 pessoas que estão lá", acrescentou.

"Quase dois anos depois [do início da guerra], ainda temos que vir aqui todos os sábados ou em dias alternados e lutar contra o nosso próprio governo para trazer nossos cidadãos para casa", lamentou outra manifestante, Maayam Oz, que trabalha para uma ONG.

Das 251 pessoas sequestradas em Israel durante o ataque de 7 de outubro, 49 permanecem em Gaza, 27 das quais foram declaradas mortas pelo exército israelense. O Hamas também detém o corpo de um soldado israelense morto em uma guerra anterior em Gaza, em 2014.

"A guerra com o Irã terminou com um acordo. A guerra em Gaza deve terminar da mesma forma, com um acordo que traga todos para casa", declarou um comunicado do Fórum das Famílias, a principal organização que representa os parentes dos reféns levados à força do sul de Israel para a Faixa de Gaza durante o ataque do Hamas.

Em um breve relato, a refém já libertada Liri Elbag disse que "cada minuto a mais em Gaza parece uma eternidade". Ela foi solta durante a troca de reféns realizada em janeiro, durante a última trégua no conflito.

Com informações da AFP

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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