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Mais de 600 migrantes desembarcam em Lampedusa

Ilha italiana vive recrudescimento na crise migratória

3 out 2021 - 13h20
(atualizado às 14h17)
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Mais de 600 migrantes desembarcaram neste domingo (3) em Lampedusa, ilha mais meridional da Itália e porta de entrada para deslocados internacionais na União Europeia.

Desembarque de migrantes em Lampedusa, em foto de arquivo
Desembarque de migrantes em Lampedusa, em foto de arquivo
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A partir da meia-noite, Lampedusa registrou a chegada de pelo menos 18 barcos, com um total de 608 pessoas. As embarcações partiram da Líbia e da Tunísia, que ficam a poucas centenas de quilômetros da ilha italiana.

O centro de acolhimento de Lampedusa, que tem capacidade para 250 pessoas, chegou a abrigar 921 migrantes neste domingo, mas o número diminuiu para 671 após a transferência de 250 indivíduos para um navio de quarentena. Outros 110 devem ser levados a Porto Empedocle, na ilha da Sicília, na manhã desta segunda-feira (4).

Lampedusa vive um recrudescimento na crise migratória no Mediterrâneo nos últimos dias, e entre 27 e 28 de setembro já havia acolhido mais de 800 pessoas que se arriscaram na travessia marítima.

Segundo o Ministério do Interior, a Itália já recebeu 46.391 migrantes via Mediterrâneo em 2021, aumento de 95% em relação ao mesmo período do ano passado. As principais nações de origem são Tunísia (12.835), Bangladesh (5.994), Egito (4.548), Costa do Marfim (2.914) e Irã (2.459).

A crise migratória no Mediterrâneo serviu de combustível para o crescimento da extrema direita na Itália, que chegou a ter como ministro do Interior entre 2019 e 2020 o líder ultranacionalista Matteo Salvini.

Atualmente, os dois partidos de extrema direita do país (Liga, de Salvini, e Irmãos da Itália, de Giorgia Meloni) reúnem cerca de 40% das intenções de voto para as próximas eleições legislativas, previstas para 2023.

"Peço há meses um encontro com [o premiê] Draghi e [a ministra do Interior] Lamorgese para bloquear o tráfico de seres humanos, bloquear os desembarques e salvar vidas. Mas após 50 mil chegadas clandestinas, todos ficam calados", disse Salvini neste domingo.

Os novos desembarques também coincidem com o aniversário de oito anos do naufrágio de 3 de outubro de 2013, que matou 368 pessoas na costa de Lampedusa, uma das maiores tragédias da história do Mediterrâneo.

Aquele desastre foi o estopim para a criação da operação militar italiana Mare Nostrum, destinada a resgatar barcos de migrantes e mais tarde substituída por uma força-tarefa europeia, hoje paralisada.

O espaço deixado pela ausência de navios oficiais no Mediterrâneo foi ocupado por diversas ONGs que realizam operações de socorro na região já há vários anos.

Ansa - Brasil   
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