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Líderes da UE querem renovar acordo migratório com Turquia

Pacto é alvo de críticas de entidades humanitárias

25 jun 2021 - 07h56
(atualizado às 08h02)
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Os líderes da União Europeia pediram para o poder Executivo do bloco apresentar "imediatamente" uma proposta para renovar um acordo com a Turquia para a gestão de migrantes e refugiados.

Foto de março de 2020 mostra refugiados sírios no lado turco da fronteira com a Grécia
Foto de março de 2020 mostra refugiados sírios no lado turco da fronteira com a Grécia
Foto: AFP / Ansa - Brasil

A solicitação foi apresentada durante uma cúpula do Conselho Europeu, órgão que reúne os líderes dos 27 Estados-membros da UE, em Bruxelas. O encontro começou na quinta-feira (24) e terminou nesta sexta (25).

"O Conselho Europeu pede à Comissão [Europeia] que apresente imediatamente uma proposta formal para a continuação do financiamento para os refugiados sírios na Turquia, na Jordânia, no Líbano e em outras partes da região, no contexto da política migratória geral da UE", diz um texto aprovado pelos líderes.

O acordo com a Turquia foi assinado em 2016, no auge da crise migratória no Mediterrâneo, e, na prática, fechou a "rota balcânica" para refugiados sírios que entravam na UE via Grécia e seguiam até os países do norte, como a Alemanha, através dos Bálcãs.

O pacto entre Ancara e Bruxelas prevê que todos os deslocados internacionais que desembarquem na Grécia sem documentos sejam devolvidos ao solo turco, com os custos das viagens pagos pela UE. Para cada pessoa que a Turquia recebe de volta, um refugiado regularizado é enviado para a União Europeia.

O acordo é alvo de críticas de agências humanitárias, que acusam a UE de transferir responsabilidade para não ter de lidar com migrantes forçados e refugiados. "Mais uma vez os líderes europeus, com a Itália à frente, descarregam a responsabilidade da gestão do fenômeno migratório em países terceiros", disse a ONG Oxfam nesta sexta-feira.

"Os líderes europeus deveriam ter aproveitado a oportunidade da cúpula para afinar procedimentos de refúgio mais eficientes, melhorar as condições desumanas em que vivem milhares de migrantes, colocar fim às deportações ilegais para a Turquia e definir uma verdadeira operação europeia de busca e socorro no Mediterrâneo", acrescenta a entidade.

Ansa - Brasil   
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