Líbano autoriza nomear 'civis' para o mecanismo de monitoramento do cessar-fogo com Israel
Após ordenar ao exército libanês que enfrente, com força se necessário, as "violações" israelenses da trégua, o Líbano fez uma concessão importante ao aceitar nomear representantes "civis" para o comitê internacional encarregado de monitorar o cessar-fogo. Essa estrutura, chamada de "mecanismo", é liderada por um general americano e conta com a participação da França. Essa medida pretende reduzir as pressões dos Estados Unidos.
Após ordenar ao exército libanês que enfrente, com força se necessário, as "violações" israelenses da trégua, o Líbano fez uma concessão importante ao aceitar nomear representantes "civis" para o comitê internacional encarregado de monitorar o cessar-fogo. Essa estrutura, chamada de "mecanismo", é liderada por um general americano e conta com a participação da França. Essa medida pretende reduzir as pressões dos Estados Unidos.
Paul Khalifeh, correspondente da RFI em Beirute
Ao nomear "civis" para o mecanismo de monitoramento do cessar-fogo, o Líbano cede a uma exigência americana que até então vinha sendo rejeitada. Antes, apenas militares libaneses integravam essa estrutura, com a missão exclusiva de discutir questões relacionadas às violações israelenses.
Ao designar especialistas e técnicos "civis", o Líbano abre espaço para discussões de caráter político, como o traçado das fronteiras e a natureza das relações bilaterais com Israel, atualmente inexistentes.
Reduzir as pressões americanas
A medida, que tem como objetivo reduzir as pressões dos Estados Unidos, ocorre em um momento em que cresce o temor de uma retomada da guerra em larga escala. Devido a uma escalada significativa das operações militares israelenses no sul do Líbano nos últimos dias.
A decisão de nomear "civis" recebeu o aval do presidente do Parlamento, Nabih Berri, principal aliado do Hezbollah. No entanto, não há garantia de que essa concessão levará a uma redução da escalada por parte de Israel.
A fórmula adotada pelo Líbano consiste em autorizar o exército a recorrer a figuras "civis e técnicas" para estudar determinados dossiês. Já Israel, deseja dialogar com personalidades "diplomáticas e oficiais" libanesas.