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Junta militar de Mianmar enfrenta greve geral e desafio de manifestantes

22 fev 2021 - 10h14
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A polícia de Mianmar começou a dispersar manifestantes pró-democracia nesta segunda-feira, e negócios de todo o país se uniram a uma greve geral convocada em oposição ao golpe militar, apesar de as autoridades terem alertado que confrontos podem custar vidas.

Protesto contra o golpe militar em Mianmar
17/02/2020
REUTERS/Stringer
Protesto contra o golpe militar em Mianmar 17/02/2020 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

Três semanas depois de tomar o poder, a junta tem sido incapaz de conter os protestos diários e um movimento de desobediência civil que clama pela reversão do golpe de 1º de fevereiro e a libertação da líder eleita Aung San Suu Kyi.

Houve protestos em cidades pequenas e grandes de todo o país nesta segunda-feira, das colinas do norte que fazem divisa com a China às planícies centrais, do delta do Rio Irrawaddy ao cabo do extremo sul, como mostraram imagens das redes sociais.

Na capital Naypyitaw, onde os militares estão sediados, um caminhão de jato d'água da polícia e vários outros veículos se reuniram para interromper uma procissão de manifestantes que cantavam e fugiram quando policiais os perseguiram a pé, derrubando vários no chão.

"Eles estão nos perseguindo e prendendo. Só estamos protestando pacificamente", disse uma mulher em um vídeo publicado no Facebook.

Desta vez, a reação das forças de segurança foi menos mortal do que na repressão de fases anteriores dos tumultos em quase meio século de controle militar, mas três manifestantes foram mortos -- dois baleados em Mandalay no sábado e uma mulher baleada anteriormente em Naypyitaw que morreu na sexta-feira.

O Exército disse que um policial morreu em decorrência de ferimentos sofridos nos protestos.

Na noite de domingo, a mídia estatal MRTV alertou os manifestantes que eles podem ser mortos.

"Agora os manifestantes estão incitando as pessoas, especialmente adolescentes e jovens emotivos, a um caminho de confronto no qual sofrerão a perda de vidas", disse a emissora.

Ainda nesta segunda-feira, o Facebook disse que retirou páginas da MRTV devido a violações reiteradas de seus padrões, incluindo sua diretriz de violência e incitação. No domingo, a plataforma apagou a página principal dos militares pela mesma razão.

O alerta da junta não desestimulou as pessoas a comparecerem às dezenas de milhares.

"O desfecho das próximas semanas será determinado só por duas coisas: a vontade de um Exército que reprimiu muitos protestos antes e a coragem, habilidade e determinação dos manifestantes (grande parte da sociedade)", disse o escritor e historiador Thant Myint-U no Twitter.

(Redação Reuters)

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