Italiana é julgada por falsos milagres de ?Virgem que chorava sangue?
Estatueta de Maria atraía multidões de católicos em cidade
Uma italiana que afirmava receber aparições da Virgem Maria por meio de uma "estátua que chorava sangue" em Trevignano Romano foi levada a julgamento, juntamente com o marido, sob acusação de fraude relacionada a "falsos milagres".
A estatueta de Maria atraía multidões de católicos às margens do Lago Bracciano, nos arredores de Roma. No entanto, um exame de DNA realizado por uma universidade indicou que o sangue visto na imagem era de origem feminina e coincidia com o da autoproclamada vidente Gisella Cardia, proprietária da escultura e organizadora dos encontros.
A mulher desenvolveu uma espécie de culto em torno da chamada "Virgem de Trevignano". Entre os falsos milagres mencionados por ela estava a multiplicação de pizzas e nhoques em jantares organizados em sua casa. Além disso, as autoridades locais afirmaram que Cardia fazia previsões sobre "futuros cataclismos e desastres, como terremotos", com o objetivo de obter doações dos fiéis.
Ao lado do marido, o casal teria arrecadado aproximadamente 365 mil euros (R$ 2,2 milhões) graças às aparições mensais, que atraíram centenas de pessoas a Trevignano Romano durante vários anos.
"Cardia recebeu com serenidade a notícia da acusação, ciente de que este é um passo necessário no processo que a envolve. Por mais paradoxal que possa parecer, ela sente alívio, acreditando que esta é uma oportunidade para revelar a verdade dos acontecimentos com transparência e pôr um fim definitivo a todas as formas de especulação, mal-entendidos e controvérsias", afirmou Solange Marchignoli, advogada da italiana, em entrevista à ANSA.
A estátua havia sido comprada por Cardia no santuário das aparições de Medjugorje, na Bósnia, há alguns anos. No entanto, a imagem foi posteriormente removida por ordem da polícia e da Igreja Católica. .