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Mundo

Itália marca funeral de paquistanesa assassinada pelos pais em 2021

Saman Abbas morreu após recusar casamento arranjado

14 mar 2024 - 13h39
(atualizado às 14h33)
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O funeral da jovem paquistanesa Saman Abbas, assassinada pela família na Itália em 2021 depois de recusar um casamento arranjado, será realizado no próximo dia 26 de março, em Novellara, na região da Emilia-Romagna.

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (14), a Câmara Municipal de Novellara anunciou que proclamará luto na cidade na data e determinou que seja respeitado um minuto de silêncio nas escolas.

Além disso, as bandeiras presentes nos edifícios públicos serão hasteadas a meio mastro. "Para respeitar o seu pedido e sobretudo para proteger o seu irmão Ali Heider, a curta cerimônia, que ocorrerá no cemitério de Novellara, será, como já anunciado, estritamente confidencial", explicou a prefeita Elena Carletti.

Segundo ela, os aspectos organizacionais serão avaliados na próxima semana pela Comissão Provincial de Ordem e Segurança Pública.

"Também nesse contexto discutiremos as formas pelas quais, uma vez terminado o funeral, poderemos permitir que os cidadãos de Novellara e todos aqueles que desejam prestem suas últimas homenagens a Saman", acrescentou Carletti.

Saman foi assassinada por não querer fazer um casamento arranjado, após ter denunciado a família em outubro de 2020 e ir para um centro de acolhimento. Mensagens enviadas pela mãe, dizendo que os familiares desistiram do matrimônio, fizeram com que ela retornasse para casa em 31 de abril de 2021.

O dia foi o último em que Saman foi vista com vida. Entre a noite do dia 31 e a madrugada de 1º de junho, câmeras de segurança próximas à residência da família mostraram o tio da jovem, Danish Hasnain, e seus primos, Ijaz e Nomanhulaq com um grande saco de lixo nas costas, além de pás.

As autoridades italianas encontraram o cadáver da jovem só em novembro de 2022, e sua identidade foi confirmada em janeiro deste ano. Seus pais, Shabbar Abbas e Nazia Shaheen, foram condenados à prisão perpétua por matar a própria filha.

Já o dinamarquês Hasnain, tio de Saman, pegou 14 anos de detenção por também ter participado da morte da paquistanesa, de acordo com o Tribunal de Justiça de Reggio Emilia.

"Saman permanecerá para sempre em Novellara e no coração de todos nós. Ela permanecerá pela profunda dor que esta tragédia causou em todo o povo de Novellara, porque Saman é nossa concidadã honorária e porque repousará para sempre num local que é o do nosso cemitério que nos é particularmente querido, entre o espaço dedicado às crianças e aquele que acolhe Augusto Daolio", concluiu a prefeita italiana. .

Ansa - Brasil   
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