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Imigrantes LGBT+ enfrentam agressões em cidade fronteiriça do México

14 nov 2018 - 13h16
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Por Oscar Lopez

Imigrantes sentam sobre cerca que separa o México dos Estados Unidos, em Tijuana 13/11/2018 REUTERS/Jorge Duenes
Imigrantes sentam sobre cerca que separa o México dos Estados Unidos, em Tijuana 13/11/2018 REUTERS/Jorge Duenes
Foto: Reuters

CIDADE DO MÉXICO (Thomson Reuters Foundation) - A chegada de cerca de 80 requerentes de asilo LGBT+ da América Central à cidade de Tijuana, na fronteira entre o México e os Estados Unidos, provocou revolta de moradores, disseram ativistas de direitos humanos.

Os requerentes de asilo estão entre milhares de imigrantes que atravessam o México a caminho dos Estados Unidos. Eles se separaram da caravana com a qual viajavam inicialmente por terem sofrido discriminação de outros no grupo.

Fergie Bibiana Andersen, do grupo ativista Diversidad sin Fronteras, disse que os imigrantes LGBT+ sofreram agressão verbal em Tijuana e também foram ameaçados em redes sociais.

"Eles estão sendo atacados pela cidade", afirmou Fergie, cuja organização vem apoiando os imigrantes LGBT+.

"Eles (agressores) estão cheios de ódio", disse na terça-feira. "São pessoas racistas que acham que (os imigrantes) ficarão por lá".

Juan Carlos Ruano, morador de Tijuana, escreveu na página da vizinhança no Facebook que os imigrantes são um risco de segurança e os classificou de "invasores "homo-depravados".

"Todos têm liberdade de fazer o que querem com suas vidas", disse ele mais tarde à Thomson Reuters Foundation.

"Mas eles estão nos impactando... muitas pessoas estão revoltadas", disse Ruano, de 46 anos, que vive na vizinhança de Playa de Tijuana, onde os imigrantes LGBT+ estão hospedados.

A Anistia Internacional disse que a discriminação ressalta as dificuldades mais amplas que os postulantes a asilo LGBT+ enfrentam durante a travessia do México, o que inclui violência e abusos crescentes de autoridades locais.

"Certamente os identificamos como um dos grupos mais vulneráveis dentro do contexto da mobilidade", disse Carolina Jimenez, diretora de pesquisa para as Américas da Anistia Internacional, à Thomson Reuters Foundation.

Além de sofrerem violência e exclusão de suas próprias famílias, os imigrantes LGBT+ são atacados por outros postulantes a asilo, acrescentou.

"Viemos com a caravana, a caravana continua indo", disse Cesar Mejia, um dos imigrantes LGBT+ de Honduras, aos repórteres no domingo.

"O que queremos evitar é que, seja lá quando chegarmos ao fim, a comunidade LGBT seja a última a ser levada em consideração, em tudo".

O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, adotou uma postura dura frente a caravana, que iniciou sua jornada no dia 13 de outubro e se chocou brevemente com forças de segurança no sul do México no início da viagem.

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