Hezbollah diz que ação do Líbano sobre plano do Exército é "oportunidade" e pede compromisso de Israel com cessar-fogo
O oficial do Hezbollah, Mahmoud Qmati, disse à Reuters neste sábado que o grupo considerou a sessão do gabinete do Líbano sobre o plano do Exército de estabelecer um monopólio estatal sobre as armas "uma oportunidade de retornar à sabedoria e à razão, impedindo que o país caia no desconhecido".
Na sexta-feira, o gabinete do Líbano acolheu um plano do Exército para desarmar o Hezbollah e disse que os militares começariam a executá-lo, sem estabelecer um prazo para a implementação e alertando que o exército tinha capacidades limitadas.
Mas disse que a continuidade das operações militares israelenses no Líbano prejudicaria o progresso do exército. Falando aos repórteres após a reunião, o ministro da Informação libanês, Paul Morcos, não chegou a dizer que o gabinete havia aprovado formalmente o plano.
Qmati disse à Reuters que o Hezbollah chegou à sua avaliação com base na declaração do governo feita na sexta-feira, segundo a qual a implementação do roteiro dos EUA sobre o assunto dependeria do compromisso de Israel.
Ele disse que, sem que Israel interrompa os ataques e retire suas tropas do sul do Líbano, a implementação do plano pelo Líbano deve permanecer "suspensa até novo aviso".
No mês passado, o gabinete do Líbano encarregou o Exército de elaborar um plano que estabeleceria um monopólio estatal sobre as armas e aprovou um roteiro dos EUA que visa desarmar o Hezbollah em troca da suspensão das operações militares israelenses no Líbano.
Qmati disse que o Hezbollah "rejeitou inequivocamente" essas duas decisões e espera que o governo libanês elabore uma estratégia de defesa nacional.
Na semana passada, Israel sinalizou que reduziria sua presença militar no sul do Líbano se o exército tomasse medidas para desarmar o Hezbollah. Enquanto isso, continuou seus ataques, matando quatro pessoas na quarta-feira.