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Guerra da Ucrânia: Kiev vira principal campo de batalha

Madrugada de sábado foi marcada por bombardeios e combates entre tropas russas e defesa ucraniana nas ruas da capital

26 fev 2022 - 08h40
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Fumaça e chamas sobem durante o bombardeio em Kiev, enquanto a Rússia continua sua invasão da Ucrânia - 26 de fevereiro de 2022
Fumaça e chamas sobem durante o bombardeio em Kiev, enquanto a Rússia continua sua invasão da Ucrânia - 26 de fevereiro de 2022
Foto: REUTERS/Gleb Garanich

Kiev se converteu no principal palco do conflito entre Rússia e Ucrânia na madrugada deste sábado, 26. Ruas da cidade viraram campos de batalha e tiros foram ouvidos nos arredores da sede do governo, no centro da cidade, enquanto soldados ucranianos engajaram em combate em diferentes regiões.

Autoridades alertaram os residentes de Kiev sobre os combates nas ruas da cidade. Pelo menos uma testemunha relatou ter ouvido tiros nos arredores da sede do governo, no centro da capital, à Reuters. A Associated Press noticiou que explosões foram ouvidas a cerca de 800 metros do local.

O alerta emitido pelo governo também recomendou que os cidadãos se mantivessem em abrigos, evitando ficar próximo a janelas ou varandas -- uma precaução extra contra balas perdidas e destroços de artilharia. De acordo com dados do Ministério da Saúde da Ucrânia, citados pela agência Interfax, 198 pessoas morreram desde o início da invasão russa, incluindo três crianças.

Confrontos também foram registrados no oeste e no norte da capital. Uma guarnição militar ucraniana foi atacada e bombardeada, mas as tropas russas foram repelidas e uma coluna motorizada foi eliminada, de acordo com o Exército da Ucrânia. No norte, uma usina hidrelétrica foi atacada. Segundo as agências de notícias internacionais, a intenção dos russos em tomar o controle do local seria cortar o fornecimento de luz elétrica da capital. Forças ucranianas permaneceriam no controle da instalação.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, negou que tropas regulares da Rússia tenham chegado à capital. De acordo com o ex-campeão mundial de boxe, as tropas ucranianas engajaram em combate contra "sabotadores russos". Ao todo, 35 pessoas ficaram feridas durante os confrontos da madrugada, incluindo duas crianças. Não ficou claro se o número se referia apenas a vítimas civis.

Apesar das recorrentes afirmações do Kremlin de que apenas alvos militares estão sendo bombardeados na Ucrânia, um prédio residencial perto de um aeroporto de Kiev foi atingido por um míssil. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o momento do impacto. parte externa de vários apartamentos ficou completamente destruída, os interiores queimados e destroços se espalharam pela rua.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, compartilhou uma foto do edifício atingido pelo projétil e chamou os russos de "criminosos de guerra".

Em meio ao caos em Kiev, o presidente Volodmir Zelenski publicou um vídeo nas ruas da capital do país -- em uma espécie de prova de que ele segue na cidade apesar do conflito. O presidente apelou aos cidadãos para que não abaixem as armas e defendam sua terra.

Além da capital, intensos bombardeios foram registrados em outras cidades do país. O comando militar da Ucrânia informou que áreas próximas a Sumy, Poltava e Mariupol foram atacadas com mísseis de cruzeiro russos Kalibr lançados no país a partir do Mar Negro. Citando o Ministério da Defesa russo, a agência de notícias Interfax informou que tropas russas tomaram o controle da cidade de Melitopol, na região de Zaporizhzhya, no sudeste.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruiu o Departamento de Estado do país a liberar 350 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia, que luta para repelir a invasão russa. Em memorando ao Secretário de Estado, Antony Blinken, Biden assinalou que o montante, alocado por meio da Lei de Assistência Estrangeira, fosse designado para a defesa da Ucrânia.

Os EUA também ofereceram ajuda para retirar Zelenski de Kiev, o que foi recusado pelo presidente ucraniano, de acordo com o The Washington Post. Mais cedo, Zelenski afirmou que a Rússia tem ele "como alvo nº 1" e a sua família "como alvo nº 2".

Estadão
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