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França se desculpa por soltar migrantes na divisa italiana

Segundo prefeita, o episódio ocorreu por "erro" de gendarmes

16 out 2018 - 12h50
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A França se desculpou com a Itália após agentes da Gendarmaria Nacional terem largado migrantes de origem africana em um bosque nos arredores de Claviere, na fronteira entre os dois países.

Polícia da França em ação em Bardonecchia, na Itália, em 31 de março
Polícia da França em ação em Bardonecchia, na Itália, em 31 de março
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O episódio, ocorrido em 12 de outubro, abriu uma nova crise diplomática entre Paris e Roma por conta da emergência migratória e reforçou a oposição entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e o ministro do Interior e vice-premier italiano, Matteo Salvini.

"Lamento por um erro cometido por gendarmes que chegaram na região há poucos dias", disse a prefeita da região de Hautes-Alpes, Cécile Bigot-Dekeyzer. Segundo ela, o episódio ocorreu no âmbito de uma "missão de repatriação de estrangeiros em situação irregular".

"Um veículo da gendarmaria francesa teria ultrapassado a fronteira franco-italiana em direção a Claviere, sem autorização prévia da polícia italiana. Parece que a delegacia de Bardonecchia [na Itália] havia sido advertida que dois estrangeiros em situação irregular deviam ser acompanhados até a fronteira", disse Bigot-Dekeyzer.

A prefeita de Hautes-Alpes acrescentou que os gendarmes não conheciam a região e prometeu esclarecimentos sobre o motivo de eles terem entrado em território italiano. "Foi um erro deplorável da parte deles", reforçou. A França abriu um inquérito para investigar o caso.

Salvini, no entanto, não aceitou as desculpas e afirmou que o episódio de Claviere é uma "ofensa sem precedentes" contra a Itália. "Estamos perante uma vergonha internacional, e o senhor Macron não pode fingir que nada está acontecendo. Não aceitamos as desculpas", disse.

Nos últimos meses, Salvini e Macron protagonizaram diversos bate-bocas por causa da crise migratória na União Europeia.

O presidente da França acusa a Itália de violar normas internacionais ao fechar seus portos para pessoas resgatadas no mar, enquanto Roma diz que as autoridades francesas barram sistematicamente migrantes na fronteira entre os dois países.

O próprio Macron já se definiu como "principal adversário" de Salvini e da extrema direita na UE.

Ansa - Brasil   
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