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Mundo

'Fake news' podem levar a 'ditadura', diz papa Francisco

Ele também condenou a propagação de "escândalos" pela mídia

18 jun 2018 - 15h25
(atualizado às 16h52)
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O papa Francisco denunciou a utilização de "comunicações caluniosas" para destituir instituições e pessoas e advertiu que é dessa maneira que se chega à "ditadura".

O alerta foi dado durante a homilia em uma missa na Casa de Santa Marta, residência oficial do Pontífice no Vaticano.

Vaticano também teve "fake news" recentemente
Vaticano também teve "fake news" recentemente
Foto: Reuters / BBC News Brasil

"Começa com uma mentira e, depois de ter destruído uma pessoa ou uma situação com essa calúnia, se julga e se condena. Ainda hoje, em muitos países, se usa esse método: destruir a livre comunicação", disse Francisco.

Para exemplificar, o Pontífice narrou a história de Nabot, de quem o rei Acab tirou a coroa através de mentiras. Segundo o Papa, esse é o modo como muitas pessoas destituem "tantos chefes de Estado e de governo". Contudo, ele não citou ninguém ou um governo em específico.

"Por exemplo, há uma lei de mídia, de comunicação. Se essa lei é anulada, e todo o aparelho de comunicação é dado a uma empresa, a uma sociedade que mente, se enfraquece a vida democrática", disse Jorge Bergoglio.

"Depois, chegam os juízes para julgar essas instituições debilitadas, essas pessoas destruídas, condenam, e assim acontece uma ditadura", acrescentou Bergoglio.

"São assim que as ditaduras começam, adulterando a comunicação, para colocá-la nas mãos de uma pessoa sem escrúpulos, de um governo sem escrúpulos", concluiu.

O Papa ainda lembrou de episódios históricos baseados na calúnia e como ela influenciou negativamente. "Pensemos, por exemplo, nas ditaduras do século passado. Pensemos nas perseguições aos judeus. Uma comunicação caluniosa contra os judeus e eles terminaram em Auschwitz", recordou.

O Pontífice também condenou os "escândalos" midiáticos. "E comunicar escândalos é algo de uma sedução enorme. Seduzimos com escândalos. As boas notícias não são sedutoras. Mas um escândalo é algo como 'Você viu isso? Viu aquilo?', e não podemos continuar assim".

Ansa - Brasil   
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