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Europa

Queda de avião da Malásia acirra tensão na Ucrânia

Os dois lados do conflito entre Ucrânia e separatistas russos trocaram acusações sobre a responsabilidade pelo incidente, que pode ter matado 298 pessoas

17 jul 2014 - 17h31
(atualizado em 18/7/2014 às 16h38)
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Separatista armado pró-Rússia sobre destroço do avião da Malaysia que caiu na Ucrânia. 17/07/2014
Separatista armado pró-Rússia sobre destroço do avião da Malaysia que caiu na Ucrânia. 17/07/2014
Foto: Maxim Zmeyev / Reuters

A queda de um avião da Malaysia Airlines na Ucrânia, na quinta-feira, suscitou suspeitas de que ele pode ter sido derrubado por rebeldes separatistas russos, pela própria Rússia ou por um erro das Forças Armadas da Ucrânia. De qualquer modo, o desenlace dos acontecimentos nos próximos dias pode aumentar consideravelmente a tensão na região. Os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin discutiram as novas sanções num telefonema na quinta-feira, e o Kremlin afirmou que Putin comentou o caso do avião com Obama.

Em pronunciamento, Obama disse que “parece ter sido uma tragédia horrível” e afirmou ter mandado sua equipe de segurança nacional manter contato direto com o governo ucraniano. "Os EUA vão oferecer todo tipo de assistência para determinar o que aconteceu, e o por quê”. Há relatos de que 23 cidadãos norte-americanos estavam a bordo da aeronave, mas as autoridades americanas não confirmam essa informação.

Para presidente ucraniano, pró-russos podem ter abatido avião:

Autoridades ucranianas afirmam ter provas de que a Rússia abateu a aeronave, que levava 298 pessoas. Já o Embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, disse em Nova York que seu país não derrubou o avião. Acredita-se que os EUA tenham acesso a imagens de satélite que podem mostrar se mísseis antiaéreos foram disparados na área.

O avião malaio caiu um dia após os Estados Unidos e seus aliados ampliarem as sanções econômicas contra a Rússia. Os combates aéreos na região separatista da Ucrânia também aumentaram nos últimos dias e autoridades ucranianas afirmam que os rebeldes abaterem três de seus aviões, inclusive um caça de ataque terrestre.

O incidente também deve suscitar questionamentos sobre o trânsito de aeronaves civis numa área passível de ataques aéreos. Companhias como Air France, British Airways, Lufthansa e até a russa Aeroflot anunciaram que começaram a desviar seus voos da área.

O senador americano John McCain, que foi piloto na guerra do Vietnã, disse que ainda é cedo para tirar conclusões e o avião pode ter sido abatido devido a um “terrível erro”, mas disse também que se o incidente foi propositado, “obviamente que isso muda tudo e terá consequências horríveis”.

O Senador Saxby Chamblis, Republicano integrante da Comissão de Inteligência do Senado, disse que ele e os outros integrantes vão se reunir na tarde de quinta-feira com o Departamento de Defesa dos EUA e a CIA para receber informações sobre o caso.

Possíveis armamentos

A altitude do avião, a mais de 10km, não permitiria que fosse abatido por mísseis portáteis conhecidos como “MANPAD”. A essa altitude, apenas um míssil terra-ar de grande porte ou um caça poderiam derrubar o Boeing 777. É considerado certo que os russos estão fornecendo armamento antiaéreo para os rebeldes.

Anton Geraschencko, assessor do Ministério do Interior da Ucrânia, afirmou no Facebook que um sistema de mísseis antiaéreos de fabricação russa chamado BUK, capaz de atingir alvos até 72,000 pés (o avião malaio voava a 33,000), derrubou o avião. Ele disse também que testemunhas pró-Ucrânia relataram ter visto um sistema BUK em poder de rebeldes na região. Um tweet do perfil da República de Donetsk em 29 de junho, depois apagado, mostra sistemas BUK em poder dos rebeldes.

Andre Purgin, vice-premiê da República Popular de Donetsk, como a região separatista se auto-intitula, negou que os rebeldes tenham derrubado o jato. Ele lembrou um incidente no Mar Negro, em 2001, quando um jato de passageiros voando para Israel foi derrubado por engano pelas forças ucranianas durante um exercício militar.

Um repórter do New York Times chegou aos destroços do voo e relatou que muitos dos corpos ainda estão com cinto de segurança e presos aos pedaços do avião.

Foto: Arte Terra

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Fonte: Terra
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