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Europa

Mafioso que matou juiz é investigado por enriquecer na prisão

17 set 2010 - 13h22
(atualizado às 13h58)
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O mafioso Giovanni Brusca, responsável pelo assassinato do juiz Giovanni Falcone, em 1992, e colaborador da Justiça, está sendo investigado por acumular grande patrimônio mesmo preso, informaram fontes policiais nesta sexta-feira.

Brusca, o mais impiedoso dos capangas do "padrinho" da Cosa Nostra Salvatore "Totó" Riina, foi detido em 1996 e está sendo investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, falso registro de bens e tentativa de extorsão.

Os Carabineiros (polícia militarizada italiana) começaram a buscar nesta sexta-feira o que já chamam de "tesouro de Brusca", a partir de uma série de investigações nas províncias de Palermo, Roma, Chieti e Rovigo, por onde se acredita que o mafioso tenha distribuído seus bens.

Alguns membros da família Brusca também estão sendo investigados, assim como outras pessoas que seriam os supostos testas-de-ferro do mafioso. Segundo os investigadores, o ex-mafioso administrava da prisão um patrimônio que incluía bens imóveis, contas correntes, obras de arte e uma empresa. Além disso, foram encontrados 200 mil euros em dinheiro na casa da mulher de Brusca, acrescentou a imprensa.

Magistrados envolvidos no caso explicaram que escutas realizadas por conta da investigação que terminou com a detenção do mafioso Domenico Raccuglia, em novembro de 2009, comprovaram que Brusca administrava de maneira ilegal seu patrimônio na prisão.

Brusca foi detido em 20 de maio de 1996 e, após ser condenado pelo atentado que matou Falcone, sua esposa e três seguranças, em maio de 1992, se transformou em um dos mais valiosos colaboradores da Justiça. O ex-chefe da família mafiosa da localidade siciliana de São Giuseppe Jato também reconheceu o assassinato, em 1995, de Giuseppe di Matteo, de 12 anos, filho do líder de um clã rival.

Graças a sua colaboração com os investigadores, Brusca gozava de um regime carcerário especial e de proteção para sua família.

Após a notícia desta sexta-feira, o presidente da comissão parlamentar sobre Programas de Proteção, Alfredo Mantovano, anunciou que o status de protegido de Brusca será reavaliado. "Se delitos graves forem cometidos enquanto se está colaborando (com as investigações), o programa de proteção é interrompido imediatamente. Além disso, a lei impõe aos colaboradores que declarem os bens que legal ou ilegalmente disponham antes de serem presos, e Brusca sabia disso", afirmou Mantovano.

EFE   
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