Confrontos no leste da Ucrânia impediram, pelo segundo dia consecutivo, que uma força policial internacional chegasse ao local da queda do voo MH17. A delegação, composta de oficiais holandeses e australianos, foi retida em Shakhtarsk, cidade a 30 km de onde estão os destroços.
O Exército ucraniano disse, nesta segunda-feira, que conseguiu recapturar duas cidades próximas aos destroços, em tentativa de recuperar terreno tomado por rebeldes pró-Rússia. Muitos moradores fugiram dali.
"Estamos cansados de sermos interrompidos por trocas de tiros, apesar de termos acordado que deveria haver um cessar-fogo", queixou-se Alexander Hug, vice-chefe da equipe da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que está na Ucrânia.
Eles tentam proteger o local para que os destroços e os restos humanos possam ser examinados por especialistas forenses internacionais, para que tente-se determinar a causa do acidente.
Nesta segunda-feira, autoridades ucranianas afirmaram que os registros do voo mostram que ele sofreu uma perda repentina de pressão após ser atinigido por estilhaços de um míssil. Andrei Lysenko, porta-voz de segurança do governo, alega que essa informação foi obtida pelos registros das caixas-pretas do avião, que estão sendo analisados por especialistas britânicos.
Ainda não está claro, porém, quem disparou o míssil que atingiu o avião - o governo ucraniano e rebeldes pró-Rússia trocam acusações entre si.
Investigadores da Holanda - país de origem da maior parte das 298 vítimas do MH17 - não comentaram as alegações ucranianas. A Holanda deve divulgar seu próprio relatório, mais detalhado, até o final da semana, com tudo o que se sabe até agora.
Limitações
De qualquer forma, as caixas-pretas só contarão parte da história, explica o repórter da BBC Richard Westcott, especializado em transportes.
Projetado para identificar problemas mecânicos, o aparelho obviamente não vai mostrar a origem do míssil que, tudo indica, derrubou o avião. Poderá dar indícios de que houve uma descompressão na aeronave, mas provavelmente sem apontar os motivos. E as gravações de voz poderão ter registrado o barulho de alguma explosão externa.
Para entender a sequência de eventos que levou à tragédia, os especialistas terão de analisar os destroços, os corpos e as imagens de satélite dos EUA que, segundo Washington, mostram que um míssil foi disparado de território rebelde dentro da Ucrânia.
Ainda nesta segunda-feira, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que a derrubada do MH17 pode constituir um "crime de guerra".
Pedindo uma investigação "independente e imparcial" sobre a tragédia, Pillay afirmou que o mais recente relatório da ONU sobre o conflito na Ucrânia indica que ao menos 1,1 mil pessoas foram mortas e 3,4 ficaram feridas na região desde meados de abril. Outras 200 mil foram deslocadas, muitas delas escapando para a Rússia.
Irmãos australianos Mo, 12 anos, Evie, 10, e Otis Maslin, 8, voltavam com o avô, Nick Norris, para a Austrália após um feriado ao lado dos pais, que ficaram em Amsterdã
Foto: Reprodução/BuzzFeed
Nick Norris, 68, acompanhava os netos Mo, Evie e Otis em viagem de volta à Austrália
Foto: Reprodução/BuzzFeed
O holandês John, sua mulher Yuli e os filhos Arjuna e Sri Paulissen estavam no voo da Malaysia
Foto: AP
O holandês Joep Lange já foi presidente da Sociedade Internacional da AIDs e estava indo para uma conferência sobre a doença na Austrália
Foto: Jean Ayssi/AFP
O porta-voz da Organização Mundial da Saúde, Glenn Thomas, estava a caminho da conferência sobre a AIDs em Melbourne, na Austrália
Foto: AFP/Organização Mundial da Saúde
Foto da graduação do indonésio Hendry Se, que estava no avião da Malásia que caiu na Ucrânia
Foto: Família de Hendry Se/AFP
Os namorados holandeses Karlijn Keijzer e Laurens van der Graaff também estão entre as vítimas
Foto: AP
Foto da indonésia Ninik Yuriani, uma das vítimas que estavam no voo da Malaysia, na Holanda
Foto: Família de Ninik Yuriani/AFP
Um cartaz de desaparecido com uma foto do indonésio Wayan Sujana, que estava no avião da Malaysia
Foto: Christopher Furlong/Getty Images
O senador holandês Willem Witteveen estava no voo da Malaysia Airlines atingido por um míssil quando sobrevoava a Ucrânia
Foto: Paul Dijkstra/AFP
A holandesa Jacqueline van Tongeren era uma das pesquisadoras da AIDs a caminha de uma conferência sobre a doença em Melbourne, na Austrália
Foto: Maaike Danz/AP
O holandês Cor Pan era um dos passageiros do voo MH17, da Malaysia Airlines, que caiu na Ucrânia
Foto: Reprodução/Facebook
A australiana Philomene Tiernan também estava no avião da Malaysia
Foto: Reprodução/Facebook
Quinn Lucas Schansman possuía dupla nacionalidade, holandesa-americana, e estava entre as vítimas da tragédia com o avião da Malaysia
Foto: Reprodução/Facebook
A malasiana Angeline Premila era uma das comissárias a bordo do MH17
Foto: Reprodução/Facebook
O holandês Pim de Kuijer participava do grupo Stop the AIDs Now! e também iria para a conferência sobre a doença na Austrália
Foto: Reprodução/Facebook
Martine de Schutter também participava do grupo ativista Stop the AIDs Now! e estava no voo MH17
Foto: Reprodução/Facebook
A australiana Helena Sidelik voltava para o seu país após ir a um casamento em Amsterdã
Foto: Reprodução/Gold Coast Bulletin
A malasiana Nur Shazana Mohamed Salleh era uma das comissárias de bordo do avião da Malaysia Airlines
Foto: Reprodução/Facebook
O holandês Emiel Mahler ia para Kuala Lumpur, na Malásia, com a namorada
Foto: Reprodução/Facebook
Gary Slok, 15 anos, era goleiro num time local de Maassluis, na Holanda; ele e sua mãe Petra van Langeveld iam para Kuala Lumpur em uma viagem para pais solteiros e seus filhos; o jovem jogador tirou um selfie com a mãe momentos antes do MH17 decolar
Foto: Reprodução/TheMirror
A holandesa Tessa van der Sande trabalhava na Anistia Internacional da Holanda e estava no avião da Malaysia com outros membros de sua família; seu trabalho era focado na África
Foto: Reprodução/Facebook
Entre as vítimas do MH17 estão os australianos Liam Davison, 56 anos, um escritor premiado, e sua mulher, Frankie, 54, que era professora de literatura
Foto: Reprodução/The Age
Shuba Jaya, uma atriz de Kuala Lampur, e seu marido holandês Paul Goes; o casal estava no voo de volta para casa após terem levada o filha Kaela para os avôs paternos conhecerem
Foto: Reprodução/The Star Online
Uma família de seis pessoas morreu na tragédia; Tambi Jiee e sua mulher, Ariza Ghazalee, viajavam com os filhos Muhammad Afif, Afruz Tambi, Marsha Azmeena e Muhammad Afzal da Europa para casa, em Kuala Lumpur; na foto, uma passagem da família pela Alemanha
Foto: Reprodução/Facebook
O piloto de helicóptero Cameron Dalziel, que possuía dupla cidadania (britânica/sul-africana), trabalhava na Malásia e voltava para o país após uma conferência em Amsterdã; um colega disse que ele era um ótimo piloto de resgate
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O advogado britânico John Allen era casado com a holandesa Sandra Martens, com quem tinha os filhos Christopher, Julian e Ian, todos holandesas; a família toda estava no MH17 indo passar férias na Indonésia
Foto: Reprodução/The Mirror/Universal News and Sport
Único canadense no voo, Andrei Anghel, 24, era estudante de medicina e estava a caminho de Bali, na Indonésia, com a namorada alemã, Olga Ioppa
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Bintiparawira Sitiamirah, também conhecida como Sri Siti Amirah, era mulher de Mohammad Omar, avô do primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak; ela estava em Amsterdã visitando familiares e iria para a Indonésia passar uma data comemorativa muçulmana