Chanceler alemã quer acordo internacional para proteção de dados
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse em entrevista, querer um um acordo mundial sobre a proteção de informações e dados pessoais após o escândalo envolvendo o programa de monitoramento americano, o Prism.
"Este deve ser nosso objetivo", disse Merkel, em entrevista publicada neste domingo pela revista Welt am Sonntag, ao ser questionada sobre a possibilidade de haver um acordo mundial sobre a proteção de dados similar ao protocolo de Kyoto sobre as mudanças climáticas.
"Nós deveríamos ser capazes de assinar acordos mundiais em pleno século 21 (...) Se a comunicação digital traz à tona questões em todo o mundo, então nós devemos aceitar o desafio. A Alemanha vai se empenhar para isso", disse.
Merkel, que deve enfrentar as eleições legislativas no próximo 22 de setembro, sofre pressão desde o início das revelações sobre espionagem do ex-consultor da NSA, Edward Snowden.
Em entrevista neste sábado à rede de televisão ZDF, o ministro alemão do Interior, Hans-Peter Friedrich, pediu que os Estados Unidos forneçam informações detalhadas sobre o programa Prism. Ele afirmou ainda que especialistas vindos de diferentes países europeus e dos Estados Unidos devem se encontrar nas próximas segunda e terça-feira em Bruxelas para trocar informações sobre o assunto.
O ex-chefe da NSA, general Michael Hayden, também em entrevista à ZDF, afirmou que os serviços secretos europeus e americanos trabalharam nos últimos 12 anos - após os atentados do 11 de setembro - "um pouco em conjunto".
"Há uma grande cooperação entre os serviços secretos amigos", disse Hayden. "Nós achamos simplesmente que quanto mais somarmos esforços, melhor poderemos proteger nosso país".