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Estou disposto a encontrar Micheletti, diz Zelaya após retorno

21 set 2009 - 19h00
(atualizado às 19h44)
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O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, está abrigado na embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa. O retorno de Zelaya, nesta segunda-feira, ocorre quase três meses após a sua deposição, em 28 de junho.

O presidente deposto Manuel Zelaya foi à embaixada brasileira ao chegar em Honduras
O presidente deposto Manuel Zelaya foi à embaixada brasileira ao chegar em Honduras
Foto: AFP

A BBC entrevistou Zelaya por telefone após a chegada dele ao país. Confira alguns trechos:

Como o senhor chegou em Honduras?

De maneira pacífica e voluntária. Eu contei com o apoio de diversos setores, mas não posso mencioná-los para que não sejam prejudicados. Nós viajamos mais de 15 horas, em uma estratégia complexa de transporte e comunicação, atravessamos rios e montanhas até que chegamos na capital de Honduras, onde chegamos nas primeiras horas da manhã. Nós ultrapassamos todos os obstáculos militares e policiais das estradas daqui, porque esse país foi sequestrado por forças militares.

Qual é o apoio internacional para o seu retorno?

Eu estou na embaixada do Brasil. O presidente Lula e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, abriram as portas para mim. Essa forma é útil para que possamos pedir, aqui da embaixada, por um diálogo. Eu acabei de falar com (o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel) Insulza, que virá para cá nas próximas horas. E as Nações Unidas também virão, em uma comissão para iniciar o diálogo para a reconstrução da democracia hondurenha.

Quais serão seus próximos passos políticos?

Nós estamos tratando com diversos setores da sociedade e com a comunidade internacional e vamos começar uma abertura, uma comunicação. Depois, virão aproximações diferentes para solucionar o problema de frente. Infelizmente, os líderes do golpe não consideraram uma solução anteriormente e acho que devemos ultrapassar a parte diplomática.

O senhor está planejando se encontrar diretamente com o líder do governo interino, Roberto Micheletti?

Bom, eu estou disposto a encontrar uma solução para esse processo e se essa solução consistir nisso, estou disposto a fazê-lo. Não há impedimento para que eu busque uma resposta para esse problema.

Você já estabeleceu contato com as Forças Armadas do seu país?

Não, ainda não, estou aqui há apenas algumas horas. Não encontramos tempo para fazê-lo.

Quais seriam as condições para estabelecer um diálogo com os líderes do governo interino?

Bom, a coisa mais importante é o apoio da população, que é essencial para o início do diálogo.

Você acha que sua presença em Tegucigalpa pode desencadear mais manifestações?

Claro, com certeza, nós começamos hoje com mais manifestações. Eu sou um homem pacífico, não gosto de violência e peço às Forças Armadas para que não usem violência contra a população. Não contra a população.

O governo de Micheletti disse que você seria preso se retornasse?

Não tenho nenhum problema em enfrentar julgamento ou qualquer acusação que queiram fazer. Por isso, eu me entrego a qualquer julgamento porque as minhas mãos estão limpas e minha cabeça erguida. Se não estivessem, eu não teria retornado.

Algumas pessoas consideram a sua decisão de voltar como "irresponsável" porque pode gerar violência.

Eu peço a paz e não a violência. É a melhor maneira de resolver problemas. Os problemas devem sempre ser resolvidos pela democracia e não com armas. Se existe alguma coisa que a comunidade internacional pode fazer é pedir para esse tipo de solução e não mais violência.

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