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Estados Unidos

Os pais que submetiam filhos a pegadinhas no YouTube - e perderam a guarda de 2 deles

3 mai 2017 - 07h00
(atualizado às 07h51)
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Casal se defende dizendo que atuavam na maioria das brincadeiras gravadas em vídeo e divulgadas em canal do YouTube
Casal se defende dizendo que atuavam na maioria das brincadeiras gravadas em vídeo e divulgadas em canal do YouTube
Foto: YouTube / BBC News Brasil

Um pai e a madrasta perderam a guarda de dois de seus cinco filhos depois que divulgaram vídeos no YouTube nos quais faziam "pegadinhas" com as crianças.

Eles mantinham um canal no YouTube, o DaddyOFive (Pai de Cinco, em português), no qual divulgavam filmes dos trotes que pregavam nos filhos - muitos deles terminavam com estes aos prantos.

Num dos vídeos, o casal diz ao caçula, Cody, de 9 anos, que ele seria adotado por outra família e filma a reação do garoto.

Mike e Heather Martin, de Maryland, nos Estados Unidos, negaram que os vídeos são abusivos e alegam que a maioria deles é falsa - que as pegadinhas seriam, na verdade, encenadas.

A mãe biológica, Rose Hall, recuperou a custódia de duas das crianças.

"Emma (de 12 anos) e Cody estão comigo, tenho a guarda emergencial. Eles estão bem", disse Hall, em um anúncio postado no YouTube, ao lado de seu advogado. "Eles estão voltando a brincar".

"Fiquei com o coração partido e perturbada ao ver minhas crianças serem abusadas", disse ela.

O defensor dos Martins, por sua vez, se recusou a comentar o caso. "Toda informação será apresentada à corte no momento oportuno", disse.

Em um dos vídeos mais controversos, Tim e Heather espalham tinta pelo chão do quarto do caçula Cody e o xingam, responsabilizando-o pela bagunça.

Cody aparece chorando compulsivamente nas imagens gravadas pelos próprios pais. Em outra pegadinha, destroem o Xbox de Cody com um martelo.

'Vídeos falsos'

Rose Hall, que ganhou a guarda temporária das duas crianças, diz que ficou 'de coração partido' ao ver os vídeos
Rose Hall, que ganhou a guarda temporária das duas crianças, diz que ficou 'de coração partido' ao ver os vídeos
Foto: TIM CONLON/YOUTUBE / BBC News Brasil

Os vídeos postados pelo casal já foram apagados. Apenas um - um pedido de desculpas postado em 22 de abril - está disponível para acesso.

O canal tem mais de 760 mil assinantes. Segundo a imprensa americana, estima-se que o casal ganhava entre U$ 200 mil e U$ 350 mil por ano com publicidade veiculada no DaddyOFive.

As acusações de abuso infantil nos vídeos começaram a pipocar online através de internautas e youtubers. Uma petição no site Change.org para que a família fosse investigada pelos serviços de proteção à criança em Maryland reuniu mais de 19 mil assinaturas.

Em entrevista à rede americana ABC, Mike e Heather Martin disseram: "A gente fazia pegadinhas, mas, na maioria das vezes, as crianças sabiam e elas eram planejadas".

A investigação de abuso está em andamento.

Pai e madrasta tiram do ar imagens dos trotes e divulgam vídeo com pedidos de desculpas
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Foto: Reprodução/YouTube / BBC News Brasil

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