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Estados Unidos

Filme conta história de cartas enviadas à Jackie após morte de Kennedy

Jacqueline Kennedy recebeu mais de 800 mil cartas após o assassinato do marido, de futura atriz a carteiro texano

18 nov 2013 - 15h14
(atualizado às 15h14)
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A veterana comediante Janis Hirsch está acostumada a entreter milhões de espectadores em suas aparições na TV. Mas a carta que escreveu no início de 1964, quando era uma 

adolescente hospitalizada, buscava confortar uma audiência única: a enlutada primeira-dama americana Jacqueline Kennedy. 

A carta de Hirsch, uma das cerca de 800 mil enviadas para a senhora Kennedy nos dois meses que sucederam o assassinato do presidente americana John F. Kennedy, em 22 de novembro de 1963, foi apresentada junto com outras 20 no documentário "Letters to Jackie: Remembering President Kennedy" (Cartas para Jackie: Relembrando o presidente Kennedy, na tradução livre do inglês), que foi exibido neste domingo pelo canal TLC. 

A segunda parte da carta de Hirsch à Jacqueline
A segunda parte da carta de Hirsch à Jacqueline
Foto: AP

"Eu sei que você também tem problemas, então eu vou lhe contar o meu remédio para sorrir e ser feliz. Sempre cante 'You Gotta Have Heart' (do musical da Broadway 'Damn Yankees') e eu acho que você vai ficar feliz", escreveu Hirsch para Jacqueline. 

Baseado no livro "Letters to Jackie: Condolences from a Grieving Nation", da escritora Ellen Fitzpatrick, o documentário feito por Bill Couturie contou com a participação de atores famosos na narração das cartas, incluindo Viola Davis, Chris Cooper, Jessica Chastain, Demian Bichir, Octavia Spencer, Allison Janney e Channing Tatum. 

As carinhosas manifestações de apoio oferecidas a Jacqueline são entremeadas com imagens do presidente Kennedy durante a presidência, e com a glamurosa Jackie ao seu lado. O documentário faz parte de uma série de projetos que foram realizados para marcar o 50º aniversário do assassinato de Kennedy. 

A atriz Hailee Steinfeld leu a carta de Hirsch, que então era uma adolescente de 13 anos se recuperando de uma fratura de quadril que era parte de sua continuada luta contra a poliomielite. 

"Após o assassinato, eu estava assustada, triste, furiosa e confusa como todo mundo no país", disse Hirsch em uma entrevista recente. A atriz conta que foi uma reportagem de TV sobre Jacqueline, que foi ao ar dois meses após a morte de Kennedy, que a levou a ter o desejo de atuar. 

"Pensando que Jackie, essa jovem e linda mãe de dois filhoes, ainda estava trista, eu só queria fazê-la feliz", disse Hirsch, que ficou famosa por sua participação em diversas comédias televisivas, incluindo "Frasier" e "Will & Grace". 

Janis Hirsch durante a primeira exibição do documentário no Museu Kennedy, em Boston, no dia 17 de setembro
Janis Hirsch durante a primeira exibição do documentário no Museu Kennedy, em Boston, no dia 17 de setembro
Foto: AFP

Hirsch se lembrava de ter escrito a carta, mas disse ter ficado chocada com sua "ousadia" ao relê-la depois que Fitzpatrick lhe contatou durante a produção do documentário. "Quando Ellen me mandou uma cópia da carta, horrivelmente escrita, me tirou o fôlego. Quem eu achava que era para dizer para estar mulher cantar 'You Gotta Have Heart'?"

Mas a "ousadia" de Hirsch não foi única. Centenas de milhares de pessoas também escreveram para Jacqueline. 

"Eu sei que palavras podem ser pouco confortantes agora porque perdi o meu marido em 12 de junho da mesma forma. O mundo inteiro compartilha de sua grande perda e luto", escreveu Myrlie Evers, viúva do ativista de direitos civis Medgar Evers. 

"Eu sou apenas um humilde carteiro e percebo que as muitas cartas que você recebeu são merecidas", escreveu Henry Gonzales, então morador de El Paso, Texas, em dezembro de 1963. "Por favor, tente ver em seu coração que nós texanos de origem mexicana temos um grande amor por todos vocês. Nós esperamos que você não achem que todos nós texanos somos ruins. Há pessoas ruins e boas de todos os tipos", escreveu Gonzales. Kennedy foi morto em Dallas, Texas. 

Fonte: Terra
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