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Estados Unidos

EUA querem que Hong Kong expulse responsável por revelar escândalo

11 jun 2013 - 10h25
(atualizado às 11h16)
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Eric Snowden em hotel de Hong Kong em imagem divulgada pelo jornal The Guardian
Eric Snowden em hotel de Hong Kong em imagem divulgada pelo jornal The Guardian
Foto: AP

O americano Edward Snowden, que revelou o programa secreto de vigilância eletrônica nos Estados Unidos, foi chamado por Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, de herói que defende as liberdades, mas legisladores americanos querem que seja expulso de Hong Kong para ser julgado em seu país.

Snowden, um especialista em tecnologia de 29 anos que trabalhava para uma empresa privada que presta serviços para a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), passou à clandestinidade depois de escapar da imprensa e aparentemente deixou seu hotel em Hong Kong na segunda-feira.

Muitos em Washington pedem sua cabeça desde que Snowden revelou a operação mundial da NSA de monitoramento da internet e dos registros telefônicos de cidadãos, e alguns comentaristas sobre chineses se perguntam sobre seu destino.

Mas Assange fez um apelo internacional pedindo para que seja oferecido um refúgio seguro a este jovem americano, depois que Snowden disse ao jornal britânico The Guardian que havia chegado a Hong Kong no dia 20 de maio com um tesouro de segredos de inteligência da NSA.

Julian Assange chamou nesta terça-feira Snowden de herói e disse que teve contato com o ex-funcionário da CIA. "Edward Snowden é um herói que informou ao público sobre um dos acontecimentos mais sérios da década, que é a formulação progressiva de uma espionagem em massa do Estado", disse o australiano, que está refugiado na embaixada do Equador em Londres há quase um ano, à rede de televisão Sky News.

Snowden declarou ao The Guardian em uma entrevista publicada no domingo que escolheu Hong Kong como refúgio porque o território tem "uma longa tradição de liberdade de expressão", mas esta cidade do sul da China, que é um território semiautônomo, também tem um tratado de extradição com os Estados Unidos.

O governo russo está disposto a examinar um eventual pedido de asilo do americano, indicou um porta-voz do Kremlin ao jornal Kommersant. "Se recebermos o pedido, será examinado", disse Dimitri Preskov ao jornal russo.

O presidente da Comissão de Relações Internacionais da Duma (Câmara Baixa do Parlamento russo), Alexei Pushkov, previu que uma decisão semelhante provocaria a histeria dos Estados Unidos.

"Ao prometer o asilo a Snowden, Moscou se compromete a defender as pessoas perseguidas por motivos políticos. Isto provocará a histeria nos Estados Unidos. Eles acreditam que são os únicos que têm este direito", escreveu no Twitter.

O governo dos Estados Unidos parecia se preparar para lançar uma ação contra Snowden na segunda-feira. Alguns senadores afirmaram que suas revelações constituíam uma traição e disseram que seria extraditado o quanto antes.

A senadora pela Califórnia Dianne Feinstein - presidente democrata do Comitê Permanente de Inteligência do Senado - negou-se a fornecer mais detalhes, mas indicou que as autoridades americanas estavam tomando medidas enérgicas contra Snowden. "Todos os departamentos estão agindo, acredito, agressivamente", declarou à imprensa americana.

O chefe de espionagem do presidente Barack Obama, James Clapper, diretor da Inteligência Nacional, afirmou que as revelações de Snowden constituíam um grave prejuízo para a segurança dos Estados Unidos e transmitiu o caso ao ministério da Justiça, que abriu uma investigação.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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