EUA: Congresso insiste em mais consultas e transparência sobre a Síria
Os líderes de ambas as câmaras do Congresso dos Estados Unidos destacaram nesta quinta-feira que o governo do país deve realizar mais consultas sobre como responderá à crise na Síria, após uma extensa consulta telefônica com funcionários de alto categoria da Administração Obama.
"Está claro que o povo americano está cansado da guerra. No entanto, o que (o presidente sírio Bashar al) Assad esta fazendo com sua própria gente é um assunto de segurança nacional, estabilidade regional e segurança global", afirmou o líder da minoria democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi em comunicado.
Nancy afirmou que tanto ela como o presidente da câmara baixa, John Boehner, assim como outros legisladores, insistiram na necessidade de realizar mais consultas e na "transparência" ao tomar as decisões, ressaltando garantias de que "haverá contínuas consultas com o Congresso".
Por sua parte, o presidente do Comitê das Relações Exteriores do Senado, Bob Menéndez, declarou que o ataque com armas químicas requer uma "resposta decisiva" capaz de transmitir uma mensagem universal de que não se tolerado violações às normas internacionais.
Embora esteja certa de que o regime sírio usou armas químicas contra civis nos arredores de Damasco no último dia 21 de agosto, a Administração Obama ainda não tomou uma decisão e nem ofereceu um cronograma de uma possível ação militar.
O Congresso, que insiste em um aval do Legislativo para qualquer ação militar, retomará suas sessões no próximo dia 9 de setembro, mas só terá um total de nove dias de atividades legislativas.
Em comunicado, a Casa Branca explicou que a ligação telefônica de 90 minutos, na qual 26 legisladores participaram desde seus distritos, tinha o objetivo de obter "os pontos de vista" do Congresso antes de Obama tomar uma decisão em relação à Síria e a sua violação das normas internacionais pelo uso de armas químicas.
A Administração Obama realizou extensas consultas com a comunidade internacional sobre como responder a crise na Síria, mas perdeu o apoio do Reino Unido, um de seus principais aliados, depois que o Parlamento britânico rejeitasse um possível ataque militar.
Segundo a Casa Branca, a consulta telefônica envolveu os secretários de Estado e Defesa, John Kerry e Chuck Hagel, respectivamente; a assessora de Segurança Nacional, Susan Rice; o Diretor Nacional de Inteligência, James Clapper, e o vice-presidente do Estado-Maior Conjunto, James "Sandy" Winnefeld.
Da parte do Congresso, participaram 13 membros do Senado, entre eles Bob Menéndez e o presidente do Comitê de Serviços Armados, Carl Levin. Também participaram 13 da Câmara dos Representantes, incluindo Boehner e Nancy.