PUBLICIDADE

Mundo

Entender origens da Covid-19 pode levar anos, diz membro da equipe da OMS

5 fev 2021 - 13h00
Compartilhar
Exibir comentários

Um membro da equipe liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) visitando a cidade de Wuhan, na China, afirmou que ficou surpreso com o quanto está sendo complexo chegar às origens da pandemia de Covid-19 e que espera anos de pesquisas pela frente.

Membros da equipe da OMS que investiga origens do coronavírus em Wuhan, na China
05/02/2021 REUTERS/Aly Song
Membros da equipe da OMS que investiga origens do coronavírus em Wuhan, na China 05/02/2021 REUTERS/Aly Song
Foto: Reuters

Dominic Dwyer, especialista em microbiologia e doenças infecciosas, afirmou que a equipe em Wuhan recebeu o acesso que pediu às autoridades chinesas para tentar entender os primeiros dias do surto do novo coronavírus que foi inicialmente identificado em Wuhan.

"Todos sabem como explodiu de fato no mercado de Huanan, em Wuhan, mas a chave é o que estava acontecendo durante aquele momento e antes", disse Dwyer.

A origem do coronavírus se tornou altamente politizada após acusações de que a China não foi transparente na maneira como lidou com o surto no começo. Pequim tem promovido a ideia de que o vírus poderia ter se originado em outro lugar.

Dwyer, especialista australiano em HIV/AIDS que trabalhou com a OMS durante os surtos de SARS e gripe aviária, afirmou que o "dilema" da Covid-19 é que os primeiros portadores assintomáticos podem não saber que a tiveram.

"Seria inocente pensar que chegaremos ao vírus zero", disse Dwyer. Os primeiros casos foram identificados em novembro, "mas é o momento anterior que é a parte muito interessante, a parte complicada e difícil".

Dwyer ecoou o seu colega Peter Daszak, zoologista e especialista em doenças animais, em sua ênfase sobre a dificuldade de entender a doença.

"Mesmo a SARS, mesmo o Ebola, temos boas noções, mas ninguém sabe", disse Daszak à Reuters na quinta-feira. "HIV: não sabemos as circunstâncias exatas."

Os investigadores visitaram hospitais, instituições de pesquisa e o mercado de frutos do mar onde o primeiro surto foi identificado, embora seus contatos em Wuhan sejam limitados a visitas organizadas pelos anfitriões chineses.

Dwyer afirmou que a equipe havia terminado suas visitas e estava se preparando para apresentar as descobertas da maneira mais clara possível, dado o nível de interesse, antes de o visto de 28 dias do time expirar ao fim da próxima semana.

Ele disse que mais trabalho precisava ser feito para investigar como o vírus pode ter sido transmitido por animais, incluindo morcegos, assim como por anticorpos do coronavírus em pessoas que não apresentaram sintomas da doença.

O curto prazo seria "revisar o que sabemos até agora e juntar todos os dados e haverá uma série de projetos de longo prazo, e isso pode demorar anos", disse Dwyer.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade