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Empresas de mídia e jornalistas abandonam evento saudita após o desaparecimento de Khashoggi

11 out 2018 - 21h03
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Empresas de mídia estão se retirando de uma conferência de investimentos na Arábia Saudita, diante da crescente indignação com o desaparecimento do jornalista dentro de um consulado saudita na Turquia no início do mês.

A editora-chefe da revista The Economist, Zanny Minton Beddoes, não participará da conferência Future Investment Initiative em Riad, disse a porta-voz Lauren Hackett.

Andrew Ross Sorkin, âncora da CNBC e jornalista de negócios do New York Times, tuitou que ele também não vai participar da conferência, dizendo estar "terrivelmente aflito com o desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi e relatos de seu assassinato".

O jornal The New York Times Co também decidiu deixar o evento como patrocinador de mídia, disse a porta-voz Eileen Murphy. O Financial Times disse em comunicado que está revendo seu envolvimento como parceiro de mídia.

A Viacom, cujo presidente-executivo Bob Bakish está programado para falar na conferência, disse que está monitorando de perto a situação na Arábia Saudita.

Outras empresas programadas para participarem da conferência incluem a CNN e a Bloomberg, de acordo com o site do evento.

O desaparecimento do jornalista do Washington Post, Jamal Khashoggi, em 2 de outubro, lançou uma sombra sobre a conferência de três dias conhecida como "Davos no deserto", que deve começar no dia 23 de outubro. O Post pertence ao fundador e presidente-executivo da Amazon, Jeff Bezos.

O evento, em seu segundo ano, atrai parte da elite empresarial do mundo, incluindo os principais chefes de Wall Street e executivos de empresas multinacionais de mídia, tecnologia e serviços financeiros.

Autoridades turcas alegaram que Khashoggi foi assassinado dentro do consulado saudita em Istambul, onde foi buscar documentos para seu casamento. Riad disse que as alegações são infundadas.

Os presidentes-executivos do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, e da Mastercard, Ajay Banga, estão escalados para falar no evento. Representantes de ambas as empresas não responderam aos pedidos de comentários.

ABANDONANDO PROJETOS

O desaparecimento de Khashoggi levou autoridades e líderes empresariais a abandonar outro dos grandes projetos do príncipe herdeiro saudita Mohammed Bin Salman.

Na quarta-feira, o ex-secretário de Energia dos EUA, Ernest Moniz, disse que suspendeu seu papel no conselho da planejada megaempresa NEOM, da Arábia Saudita, até que se saiba mais sobre o que aconteceu.

O bilionário britânico Richard Branson disse na véspera que a Virgin suspenderá as discussões com o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita sobre um investimento planejado de 1 bilhão de dólares em empreendimentos espaciais do grupo, à luz de eventos envolvendo jornalistas sauditas Jamal Khashoggi.

"O que teria ocorrido na Turquia em torno do desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi, se provado verdadeiro, mudaria claramente a capacidade de qualquer um de nós no Ocidente de fazer negócios com o governo saudita", disse Branson.

Branson também disse que suspenderá sua direção em dois projetos de turismo sauditas em torno do Mar Vermelho, citando o desaparecimento de Khashoggi, jornalista do Washington Post.

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