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Em Roraima, secretário de Estado dos EUA ataca Maduro

Nas visitas que fez ao Brasil e à Guiana, mais cedo, Mike Pompeo chamou Maduro de 'traficante de drogas',

18 set 2020 - 20h33
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BOA VISTA, RR - A visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, nesta sexta-feira, 18, foi marcada pelo endurecimento no discurso contra o líder venezuelano Nicolás Maduro, mas com poucas mudanças efetivas nas estratégias americana e brasileira para conter o líder chavista. Ele e o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, subiram o tom das críticas e fizeram diversas declarações de apoio mútuo na região.

Nas visitas que fez ao Brasil e à Guiana, mais cedo, o americano chamou Maduro de "traficante de drogas", lembrando acusações que o próprio governo americano fez contra o regime chavista em março. Araújo acompanhou Pompeo nas críticas e disse que o líder venezuelano deve cair "para o bem dos venezuelanos e de todos".

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, caminha ao lado do chanceler do Suriname, Albert Ramdin, ao chegar no país sul-americano
17/09/2020
 REUTERS/Ranu Abhelakh
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, caminha ao lado do chanceler do Suriname, Albert Ramdin, ao chegar no país sul-americano 17/09/2020 REUTERS/Ranu Abhelakh
Foto: Reuters

"Ele não é apenas um líder que destruiu seu país numa crise com as proporções mais extraordinárias na história moderna, ele também é um traficante de drogas, enviando drogas ilícitas aos Estados Unidos e aos americanos todos os dias", disse Pompeo.

Em suas críticas a Maduro, Araújo deixou claro que o Brasil não tem a intenção de mediar a crise entre o governo e a oposição na Venezuela. Ele fez elogios ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, apesar de questionado sobre a efetividade da estratégia de apoiá-lo, o que até agora parece ter tornado a mudança de regime mais provável.

"Em um conflito você imagina diálogo entre duas partes iguais", explicou Ernesto Araújo. "Não existe isso, você tem um lado repressor e um lado reprimido. Não se trata de uma negociação, o governo Maduro nunca teve boa fé."

O secretário de Estado, no entanto, veio também em socorro à crise de imagem brasileira, em meio aos graves incêndios no Pantanal. Ele anunciou o início de uma cooperação ambiental a partir de outubro. A iniciativa não tem muitos detalhes, mas segundo Araújo terá foco em investimento estrangeiro em iniciativas de desenvolvimento sustentável na região amazônica.

Pompeo foi questionado sobre as vantagens para o Brasil na relação entre os dois países, e evitou dar exemplos de como o País tem se beneficiado da proximidade entre os governos de Donald Trump e Jair Bolsonaro. Na semana passada, o Brasil prorrogou por três meses a isenção de tarifas para o combustível a base de álcool americano, decisão que foi mal recebida no setor sucroalcooleiro no País. O americano disse que o relacionamento entre os dois países não se resume a questões pontuais.

"Não é como nossos países pensam", disse Pompeo. "Amigos não trabalham dessa forma, eles não olham para o que um consegue de vantagem em relação ao outro."

Estadão
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