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Em Cúpula dos Oceanos, países pedem tratado "ambicioso" para restringir produção de plásticos

Noventa e cinco países pediram na terça-feira (10), na Cúpula dos Oceanos de Nice, no sul da França, a adoção de um tratado "ambicioso" que restrinja a produção de plástico, antes das novas negociações agendadas para agosto.

10 jun 2025 - 16h02
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Noventa e cinco países pediram na terça-feira (10), na Cúpula dos Oceanos de Nice, no sul da França, a adoção de um tratado "ambicioso" que restrinja a produção de plástico, antes das novas negociações agendadas para agosto.

Garrafas plásticas na praia na área protegida de Ras Baghdadi, em Marsa Alam, no sul do Egito, em 28 de maio de 2025.
Garrafas plásticas na praia na área protegida de Ras Baghdadi, em Marsa Alam, no sul do Egito, em 28 de maio de 2025.
Foto: AFP - KHALED DESOUKI / RFI

"Pedimos a adoção de um objetivo global para reduzir a produção e o consumo de polímeros plásticos primários a níveis sustentáveis", escreveram os signatários do texto.

Esta declaração simbólica é "importante" porque os países "estão tentando nos fazer acreditar que é agindo na coleta, triagem e reciclagem que poremos fim à poluição plástica", disse à imprensa a ministra francesa para a Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher. "Isso é uma mentira; não apoiamos, não podemos apoiar essa mentira", acrescentou.

Os países signatários representam mais da metade dos 170 envolvidos nas negociações de um tratado sobre o tema desde 2022. Milhões de toneladas de plástico vazam para os oceanos, lençóis freáticos, alimentos e até mesmo para o corpo humano todos os anos na forma de microplásticos.

As negociações para um tratado vinculativo sobre poluição plástica estão programadas para serem retomadas em Genebra no início de agosto. A última sessão terminou em fracasso em dezembro passado, em Busan, Coreia do Sul.

"Esta declaração é essencial porque envia um sinal muito forte", disse Alicia Bárcena, ministra do Meio Ambiente e Recursos Naturais do México.

Bloco contra tratado

As negociações de Busan sobre plásticos foram paralisadas após o surgimento de um bloco de países, principalmente produtores de petróleo (Arábia Saudita, Rússia, Irã etc.), que se opõe a impor limites à produção global.

A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Lena Estrada, disse na terça-feira que a declaração de Nice enviou "uma mensagem clara ao mundo". "Não aceitaremos qualquer tratado baseado em falsas soluções. Proporemos o tratado de que precisamos. Um tratado que não reduza a produção de plástico será uma folha em branco", enfatizou.

Graham Forbes, da ONG Greenpeace, viu esta declaração como "o sinal de alerta de que o mundo precisa". "Os governos estão finalmente dizendo em alto e bom som: não podemos acabar com a poluição plástica sem reduzir a produção de plástico. Ponto final", acrescentou em um comunicado.

A produção de plástico aumentou de 2 milhões de toneladas em 1950 para 413,8 milhões em 2023, representando mais de 80% do lixo marinho identificado, de acordo com o Barômetro Oceânico Starfish.

"Sabemos que, se não fizermos nada, até 2060, triplicaremos a produção de plástico e, portanto, triplicaremos os resíduos plásticos que nos submergirão", disse Pannier-Runacher.

Atualmente, apenas 9,5% do plástico produzido a cada ano é feito de materiais reciclados. O restante (mais de 90%) é produzido a partir de petróleo e de gás.

(Com AFP)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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