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Defesa de Ghosn pede liberdade sob fiança após dois novos indiciamentos

11 jan 2019 - 08h27
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Advogados de defesa do ex-presidente do conselho de administração da Nissan Carlos Ghosn pediram que o executivo seja solto mediante pagamento de fiança, depois que procuradores de Tóquio o indiciaram por mais duas acusações de fraude financeira nesta sexta-feira.

Ex-presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn 03/10/2018 REUTERS/Regis Duvignau
Ex-presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn 03/10/2018 REUTERS/Regis Duvignau
Foto: Reuters

Ghosn, que era altamente respeitado por recuperar a Nissan da beira da falência, foi acusado de violação de confiança agravada por transferir temporariamente perdas pessoais com investimentos a montadora em 2008 e por ocultar parte de sua renda por três anos até março de 2018, segundo os procuradores.

Os indiciamentos eram amplamente esperadas depois que Ghosn foi preso no mês passado pelas mesmas alegações. De acordo com a lei japonesa, suspeitos podem ser detidos por 23 dias antes de serem acusados formalmente.

Nesta sexta-feira, procuradores também indiciaram a Nissan Motor <7201.T> e o ex diretor-representante Greg Kelly por ocular parte da renda de Ghosn durante esses três anos. Kelly foi preso em novembro e libertado com o pagamento de fiança no dia de Natal.

Ghosn, Kelly e a Nissan já haviam sido indiciados por subdeclarar a renda do ex-presidente do conselho de administração por cinco anos até 2015.

"Esse segundo indiciamento de Kelly não é nenhuma surpresa, à medida que apenas torna o que era um período de cinco anos em um de oito anos", disse o advogado de Kelly, Yoichi Kitamura.

Kelly, que foi hospitalizado devido um problema no pescoço imediatamente após deixar a prisão, não pode sair do país sem uma autorização especial. Ele tem negado todas as acusações. Kitamura disse acreditar que Ghosn e Kelly serão julgados juntos nas duas acusações e que trabalhará de perto com a equipe legal de Ghosn para se preparar para o julgamento.

Durante audiência na terça-feira, Ghosn negou as alegações, que chamou de "sem mérito" e "infundadas".

No tribunal, Ghosn disse ter pedido que a Nissan assumisse temporariamente seus contratos de câmbio depois que a crise de 2008-2009 fez com que seu banco pedisse maiores garantias. Ele disse ter tomado essa decisão para não precisar renunciar e usar sua aposentadoria como garantia.

Motonari Otsuru, chefe da equipe legal de Ghosn, disse na terça-feira que a Nissan concordou com o acordo, com a condição de que qualquer perda ou ganho fosse de Ghosn. O executivo disse que os contratos foram transferidos de volta para ele e que a montadora não sofreu nenhuma perda.

Em resposta às acusações, a Nissan disse em comunicado que "leva essa situação extremamente a sério e expressa seu mais profundo arrependimento a qualquer preocupação causada a seus acionistas".

Sobre a suposta transferência de perdas de Ghosn à Nissan, a companhia disse que "não tolera de maneira nenhuma tal má conduta e pede penas rigorosas".

Na quinta-feira, a mulher de Ghosn, Carole, emitiu um comunicado sobre a prolongada prisão do executivo, pedindo que autoridades japonesas forneçam maiores informações sobre a saúde de seu marido depois que ele teve uma febre, dizendo estar preocupada com sua recuperação.

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