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Cuba diz estar surpresa e irritada com nova acusação de terrorismo pelos EUA

25 mai 2021 - 19h47
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O governo cubano acusou nesta terça-feira o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, de continuar com políticas instituídas pelo ex-presidente Donald Trump contra Havana, depois de uma decisão por manter uma determinação de Trump de que o país latino-americano não estaria colaborando na luta contra o terrorismo.

Chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez 
 22/10/2020   REUTERS/Alexandre Meneghini
Chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez 22/10/2020 REUTERS/Alexandre Meneghini
Foto: Reuters

"Pelo presente determino e certifico ao Congresso que os seguintes países não estão cooperando totalmente com os esforços antiterrorismo dos Estados Unidos", afirmou o secretário de Estado, Antony Blinken, em uma nota breve, que listou Cuba ao lado de países como Irã, Coreia do Norte, Síria e Venezuela.

A nota foi assinada por Blinken no dia 14 de maio, mas não havia sido liberada até esta terça-feira. 

"A difamação é surpreendente e irritante como a aplicação da política de Trump e suas 243 sanções", afirmou o ministro de Relações Exteriores do país comunista, Bruno Rodríguez, no Twitter. 

Perguntado sobre a decisão dos EUA, um representante do Departamento de Estado disse na terça-feira: "Ao fazer a determinação anual de 'não cooperar totalmente', consideramos a revisão do nível geral de cooperação nas iniciativas de luta contra o terrorismo". 

O representante do Departamento de Estado acrescentou que a decisão foi tomada sob uma "autoridade estatutária separada" daquelas de Estados patrocinadores do terrorismo.

O presidente Joe Biden, que é do Partido Democrata, prometeu durante sua campanha reverter algumas das medidas de Trump em relação a Cuba e que "infringiram prejuízos sobre o povo cubano e que nada tenham feito para avançar a democracia e os direitos humanos". 

Biden era o vice-presidente quando o ex-mandatário Barack Obama fez uma histórica reaproximação com o então presidente cubano Raúl Castro em 2016. Trump, após sua posse em 2017, restabeleceu sobre Cuba muitas das restrições comerciais e turísticas que Obama havia aliviado ou encerrado.

Os que apoiaram o fim das restrições, tanto fora quanto dentro da ilha caribenha, tinham grandes expectativas de que Biden iria reverter rapidamente a política de Trump, mas seu governo afirmou que uma mudança de política em relação à Cuba não estava entre suas prioridades internacionais.

Classificando os direitos humanos como um dos pilares da política dos EUA em relação à Cuba, uma autoridade da Casa Branca disse à Reuters neste mês que Biden continua comprometido com as promessas de afrouxar o fluxo de remessas de cubano-americanos e aliviar as restrições de viagens de familiares à ilha. Mas a autoridade se recusou a dizer quando tais medidas podem acontecer. 

Trump designou Cuba como uma patrocinadora estatal do terrorismo pouco antes de deixar o cargo, uma designação que o governo de Biden está revisando.

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