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Coreia do Norte dispara mísseis de curto alcance em teste

A ação foi condenada pelos Estados Unidos e pelo Japão; sanções foram impostas ao país por violar resoluções que proíbem testes de mísseis balísticos

27 jan 2022 - 07h25
(atualizado às 07h29)
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Imagem do que a agência estatal KCNA afirma ter sido o teste de disparo de um míssil hipersônico da Coreia do Norte em janeiro
Imagem do que a agência estatal KCNA afirma ter sido o teste de disparo de um míssil hipersônico da Coreia do Norte em janeiro
Foto: KCNA

A Coreia do Norte disparou o que pareciam ser dois mísseis balísticos de curto alcance no mar de sua costa leste, disseram militares sul-coreanos nesta quinta-feira, 27. Essa é a sexta rodada de testes de mísseis realizados neste mês.

O Conjunto de Chefes do Estado Maior da Coreia do Sul disse ter detectado o lançamento do que se supunha serem dois mísseis balísticos por volta das 8h, horário local, próximo a Hamhung, na costa leste da Coreia do Norte. Os mísseis viajaram por cerca de 190 km até uma altitude máxima de 20 km, acrescentou o Conjunto.

Os mísseis suspeitos pareciam ter pousado fora da zona econômica exclusiva do Japão, disse o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, a repórteres. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o governo ainda está coletando detalhes sobre os lançamentos, mas que quaisquer testes de mísseis balísticos são "profundamente lamentáveis" e violam as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Na terça-feira, 25, a Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro no mar de sua costa leste, disseram militares sul-coreanos, em meio à crescente tensão sobre uma recente série de testes de armas. No início do mês, também foram testados mísseis guiados táticos, dois "mísseis hipersônicos" capazes de alta velocidade e manobras após a decolagem, e um sistema ferroviário de mísseis.

"O regime (Kim Jong Un) está desenvolvendo uma impressionante diversidade de armas ofensivas, apesar dos recursos limitados e dos sérios desafios econômicos", disse Leif-Eric Easley, professor de assuntos internacionais da Universidade Ewha, em Seul. "Alguns observadores sugeriram que os frequentes lançamentos do regime de Kim são um pedido de atenção, mas Pyongyang está se empenhando muito numa corrida armamentista com Seul", disse Easley.

Em um discurso na Conferência sobre Desarmamento patrocinada pela ONU na terça-feira, 25, o embaixador da Coreia do Norte na ONU em Genebra, Han Tae Song, acusou os Estados Unidos de realizar centenas de "exercícios de guerra conjuntos" enquanto enviavam equipamentos militares ofensivos de alta tecnologia e armas nucleares estratégicas para a Coreia do Sul. "Isso está ameaçando seriamente a segurança do nosso estado", disse Han.

Desaprovação de potências

A série de testes de mísseis atraiu a condenação de governos dos Estados Unidos e do Japão e provocou reuniões do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que impôs sanções à Coreia do Norte por violar resoluções que proíbem testes de mísseis balísticos.

Na quarta-feira, 26, o vice-secretário de Estado adjunto dos EUA para o Japão e a Coreia, Mark Lambert, disse que Washington "não tem reservas" em conversar com a Coreia do Norte e está disposto a conversar. A Coreia do Norte defendeu seus testes de mísseis como seu direito soberano de autodefesa e disse que as sanções dos EUA provaram que, mesmo quando Washington propõe negociações, mantém uma política "hostil" em relação a Pyongyang.

"O recente teste de disparo de novos tipos de armas foi parte das atividades para a realização de um plano de médio e longo prazo para o desenvolvimento da ciência nacional", disse Han em seu discurso na terça-feira. "E não representa nenhuma ameaça ou dano à segurança dos países vizinhos e da região."

A Coreia do Norte não lança mísseis balísticos intercontinentais de longo alcance ou testa armas nucleares desde 2017, mas começou a testar uma série de mísseis de curto alcance depois que as negociações de desnuclearização pararam em uma cúpula fracassada com os Estados Unidos em 2019./Reuters

Estadão
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