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China reclassifica cães como animais de estimação em esforço regulatório pós-coronavírus

9 abr 2020 - 12h02
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A China elaborou novas diretrizes para reclassificar cães como animais de estimação, em vez de animais para consumo, informou o Ministério da Agricultura, como parte de uma resposta ao surto de coronavírus que o grupo Humane Society chamou de potencial "divisor de águas" no bem-estar animal.

Homem passeia com seu cão em festival de carne de cachorro em Yulin, na China
21/06/2018 REUTERS/Tyrone Siu
Homem passeia com seu cão em festival de carne de cachorro em Yulin, na China 21/06/2018 REUTERS/Tyrone Siu
Foto: Reuters

Embora a carne de cachorro continue sendo uma iguaria em muitas regiões, o Ministério da Agricultura disse em um comunicado publicado na quarta-feira que os cães não serão mais considerados animais para consumo. Essa designação é usada para animais que podem ser criados para fornecer alimento, leite, peles, fibras e remédios, ou para atender às necessidades de esportes ou militares.

"No que diz respeito aos cães, o progresso da civilização humana junto com a preocupação pública e o amor pela proteção dos animais, os cães foram ´especializados´ para se tornarem animais de companhia, e internacionalmente não são considerados animais para consumo, e não serão regulamentados como animais para consumo na China", afirmou a pasta.

Acredita-se que o coronavírus tenha se originado em morcegos-de-ferradura e pode ter sido transmitido aos seres humanos por espécies intermediárias à venda nos mercados da cidade de Wuhan, onde o patógeno foi identificado pela primeira vez.

Posteriormente, a China proibiu a criação, o comércio e o consumo de animais selvagens e revogou todas as licenças existentes. Também prometeu revisar a legislação para tornar a proibição permanente.

O projeto de diretrizes publicado na quarta-feira, que foi aberto ao público para consulta, listou 18 espécies tradicionais de animais para consumo - incluindo gado, porcos, aves e camelos.

Também adicionou 13 espécies "especiais" que também estariam isentas de restrições ao comércio de animais selvagens, incluindo renas, alpacas, faisões, avestruzes e raposas.

O consumo de cães se tornou cada vez mais impopular na China, e a cidade de Shenzhen, no sul, foi a primeira a proibi-lo no mês passado.

No entanto, a Humane Society International, grupo de proteção de animais, estimou que cerca de 10 milhões de cães por ano ainda são mortos na China para que sua carne seja consumida, incluindo animais roubados. A cidade de Yulin, na região de Guangxi, realiza um festival anual de carne de cachorro em junho.

"Esta proposta pode sinalizar um divisor de águas para a proteção dos animais na China", disse Wendy Higgins, porta-voz da Humane Society International.

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