Chefe do Exército de Israel é principal voz de oposição ao plano de ocupação integral de Gaza
Diante da possibilidade de o governo israelense decidir pela ocupação integral da Faixa de Gaza, Eyal Zamir, cancelou a viagem que faria aos Estados Unidos
Diante da possibilidade de o governo israelense decidir pela ocupação integral da Faixa de Gaza, o chefe do Estado-Maior do Exército, Eyal Zamir, cancelou a viagem que faria aos Estados Unidos. Ele é, neste momento, a principal voz de oposição ao plano, que, apesar da grande repercussão, ainda não foi oficialmente aprovado pelo gabinete de ministros de Israel.
O comandante do Exército israelense tem uma estratégia militar diferente para o conflito em Gaza: cercar pontos críticos do território enquanto pressiona o Hamas a libertar os reféns. No entanto, estaria sendo impedido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de apresentar seu plano nas reuniões do gabinete de segurança, segundo declarações de fontes próximas a Eyal Zamir ao jornal Israel Hayom.
O chefe do Estado-Maior teme que o projeto de ocupação total do território palestino, defendido pelo governo israelense, coloque em risco os reféns e os soldados.
Já fontes próximas a Netanyahu afirmam que, caso Eyal Zamir não concorde com a ocupação integral de Gaza, ele deverá pedir demissão.
O Fórum dos Familiares dos Reféns israelenses reagiu de forma breve e direta ao projeto do governo, confirmado pela imprensa de Israel na segunda-feira, 4:
"A ocupação da Faixa de Gaza significa a perda dos reféns e dos soldados, que pagarão com suas vidas."
O Hamas também se pronunciou:
"As ameaças de Israel são repetitivas, inúteis e não influenciam nossas decisões."
Israel já controla 75% da Faixa de Gaza
Atualmente, após 22 meses de guerra, o Exército de Israel já controla cerca de 75% do território palestino.
"O Hamas não libertará mais reféns sem uma rendição completa; se não agirmos agora, os reféns morrerão de fome, e Gaza continuará sob controle do Hamas", disseram fontes israelenses ao Canal 12.
Após a divulgação, pelo Hamas, de vídeos mostrando dois reféns israelenses famintos, Netanyahu declarou que o grupo radical palestino não tem interesse real em negociar.
Uma fonte política, citada pela imprensa, afirmou que Israel está em negociações com os Estados Unidos e que há entendimento entre os dois países de que o Hamas não está interessado em um acordo de cessar-fogo em Gaza.
