Cães estão comendo cadáveres e atacando moradores de Gaza, afirma TV
Situação após mais quase dois anos de conflitos com Israel deixa território à beira da miséria total
Conflitos entre Israel e Gaza levaram a condições extremas de miséria, com escassez de recursos básicos, proliferação de doenças e cães atacando moradores em busca de comida.
Além dos bombardeios diários e da ameaça a qualquer momento do dia, inclusive em centros de ajuda humanitária, cidadãos da Cidade de Gaza, a maior da Faixa de Gaza, têm que lutar até contra cães esfomeados nas ruas. Por vezes, eles atacam moradores e outros animais para conseguir alimento, quando faltam cadáveres, segundo reportagem da CNN Internacional.
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"Eles são perigosos até para as pessoas, atacando os moradores selvagemente. Há dois dias, por engano, um gato passou perto deles. Mais de vinte cães atacaram e destruíram tudo", disse Majdi Abu Hamdi, 40 anos, pai de quatro filhos, à TV.
Apesar de Israel não permitir a entrada de jornalistas em qualquer espaço da Faixa de Gaza, repórteres conseguiram se comunicar com moradores que contaram sobre a escassez de água, mesmo que salgada, para tomar banho, além de outras condições básicas.
Segundo os relatos, diversos prédios da cidade já foram derrubados por ataques israelenses e os moradores precisam queimar plástico e madeira para ter algum tipo de aquecimento. Além disso, devido às explosões, sistemas de encanamento de esgoto foram rompidos, e a sujeira corre pelas ruas, ao lado de quantidades de lixo, que não podem ser coletadas devidamente.
Majdi explicou ao jornal que ele e sua família têm utilizado o banheiro uma vez a cada três dias para conseguir fracionar os poucos recursos que possuem.
Os moradores contam que alguns mercados possuem itens básicos a preços exorbitantes, sendo acessível apenas aos mais ricos que ainda persistem na cidade. Assim como os cabos de energia que só alimentam casas de pessoas endinheiradas
Com isso, os palestinos passaram a sofrer com infestações de piolhos, falta de vitaminas e de comida, o que os deixou doentes e fracos.
"As pessoas podem ter trinta anos, mas o cansaço da guerra as faz parecer ter setenta. A fome e a má alimentação as desgastam", contou Majdi.