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Brasileiras presas na Alemanha tiveram agasalhos retidos e comeram só pão por três dias

Irmã de uma das presas relatou ao jornal O Estado de S.Paulo como o casal está desde a detenção, sob acusação de tráfico de drogas

10 abr 2023 - 20h54
(atualizado às 21h09)
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Kátyna e a esposa, a veterinária Jeanne Paollin, estão há mais de um mês presas sob a acusação de tráfico internacional de drogas
Kátyna e a esposa, a veterinária Jeanne Paollin, estão há mais de um mês presas sob a acusação de tráfico internacional de drogas
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

As brasileiras Jeanne Paollini e Kátyna Baía, presas na Alemanha sob acusação de tráfico internaiconal de drogas, relataram à família o drama vivido em pouco mais de um mês na pisão. Elas ficaram alguns dias apenas à base de pão e água, e tiveram os agasalhos retidos pela Polícia.

Ao jornal O Estado de S.Paulo, a irmã de Kátyna, Lorena Baía, informou que conversou por telefone com ela no domingo, 9, e que a personal trainer está confiante na possibilidade de liberdade, apesar de ainda estar abalada e chorar muito durante as ligações.

"Ela tem escrito muito e se apegado às orações", disse.

Esse é o terceiro contato que a brasileira tem com a família por telefone desde que foi presa. No primeiro, 20 dias depois da prisão, a mulher usou o celular de um pastor que a visitou para ligar para o Brasil. Durante a chamada, ela relatou como ocorreu a detenção.

"Elas foram detidas no aeroporto separadamente, algemadas pelos pés e mãos, escoltadas por vários policiais e a única palavra que entendiam era cocaína", relatou a irmã à reportagem.

Segundo Lorena, elas tentaram argumentar que aquelas não eram suas malas, pois tinham cores e pesos diferentes, mas os policiais só repetiam a palavra "cocaína". Ambas tiveram as mãos raspadas para coleta de DNA, que, de acordo com a irmã, foi feita sem autorização. As brasileiras também tiveram a bagagem de mão retidas e ficaram sem medicamento e agasalhos.

Jeanne e Kátyna foram colocadas em celas separadas, onde ficaram por três dias, à base de pão e água. Conforme o relato, o local era frio e tinha paredes escritas com fezes.

Jeanne e Katyna esperam voltar logo para casa. Essa viagem já era... Que venham outras. De preferência, apenas com bagagem de mão.
Jeanne e Katyna esperam voltar logo para casa. Essa viagem já era... Que venham outras. De preferência, apenas com bagagem de mão.
Foto: Reprodução redes sociais / Flipar

Depois desse período, as duas foram transferidas para o presídio feminino de Frankfurt, onde estão também em celas separadas. De acordo com Lorena, elas convivem com mulheres condenadas por diversos crimes.

"Ontem, na ligação feita do próprio presídio, Kátyna contou que ficou 16 horas na cela, que é desconfortável e fria, porque era feriado. Como não recebem visitas, tiveram que ficar nas celas", relata Lorena.

A mãe de Jeanne, a irmã de Kátyna e a advogada Luna Provázio embarcam nesta segunda-feira, 10, para Frankfurt, na Alemanha, para acompanhar o caso de perto.

Entenda o caso das brasileiras presas

Jeanne Paollini e Kátyna Baía embarcaram no dia 4 de março, no aeroporto de Santa Genoveva, em Goiânia, com destino a Berlim, na Alemanha. Elas chegaram em Frankfurt no dia 5 de março, para iniciar 20 dias de férias pela Alemanha, Bélgica e República Tcheca. A ideia era passar 20 dias viajando pela Europa, passando por diversos países.

Em uma escala no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, as etiquetas de identificação das bagagens foram trocadas, e colocadas em duas malas com 20 quilos de cocaína cada, segundo as investigações. A Polícia Federal acredita que as mulheres são inocentes, e afirma que elas foram vítimas de um esquema operado por terceirizados no aeroporto de Guarulhos.

Uma quadrilha suspeita de envolvimento na troca de etiquetas das malas das goianas foi presa pela PF na Operação Iraúna. Seis funcionários foram detidos no último dia 4 e uma mulher que presta serviço no aeroporto foi detida no último sábado, 8.

Na semana passada, a Secretaria Nacional de Justiça compartilhou com a Justiça Alemã o inquérito da Polícia Federal com a documentação e os vídeos que comprovam que as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne foram trocadas no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). Os documentos foram encaminhados com a tradução juramentada, via Ministério da Justiça e Itamaraty.

Imagens da troca de etiquetas

Vídeos exibidos pelo Fantástico, da TV Globo, mostram como foi feita a troca de etiqueta das malas delas, no aeroporto em Guarulhos, no dia 4 de março. Jeanne Paollini e Kátyna Baía se preparavam para curtir 20 dias de férias pela Europa, quando foram presas na Alemanha. 

Nas imagens de câmera de monitoramento é possível ver Kátyna e Jeanne saindo de casa com uma mala rosa e outra preta. Outros vídeos mostram o momento em que dois funcionários do aeroporto identificam as duas malas, a rosa e preta, separaram-nas e, discretamente, retiram a etiqueta delas em uma área de segurança e de acesso restrito.

Segundo a polícia, essas são as malas cheias de cocaína que receberão as etiquetas de Jeanne e Katyna.
Segundo a polícia, essas são as malas cheias de cocaína que receberão as etiquetas de Jeanne e Katyna.
Foto: Reprodução de TV / Flipar

Em outro vídeo, duas mulheres chegam ao aeroporto com duas malas de cores diferentes por volta das 20h30. Seriam as malas que continham os 40 quilos de cocaína, segundo a polícia. As duas vão até um guichê de companhia aérea após um sinal da única funcionária que está no local, deixam as malas e saem do aeroporto em seguida, sem embarcar para qualquer destino. As duas malas são levadas para o mesmo veículo onde estão as malas de Kátyna e Jeanne.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral em Frankfurt, informou que tem conhecimento do caso e presta assistência consular às nacionais brasileiras.

Fonte: Redação Terra
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