PUBLICIDADE

Mundo

Bolívia militariza 3 cidades após série de protestos

Bloqueios nas estradas ocorrem após mudança da data de eleição

10 ago 2020 - 17h15
Compartilhar
Exibir comentários

O governo interino da Bolívia ordenou nesta segunda-feira (10) a militarização de pelo menos três grandes cidades - La Paz, Cochabamba e Santa Cruz - na tentativa de encerrar os bloqueios nas estradas realizados por grupos opositores.

    A medida foi confirmada pelo ministro da Presidência, Yerko Núñez, após a presidente interina Jeanine Añez anunciar as "ações para fortalecer a segurança do país".

    "Hoje, as cidades de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz acordaram militarizadas, para garantir aos bolivianos, antes de mais nada, a vida e depois a liberdade de movimento", declarou Núñez.

    Nos últimos dias, a Confederação dos Trabalhadores Bolivianos (Cob) e militantes apoiadores do ex-presidente Evo Morales (2006-2019) formaram várias barricadas nas estradas para exigir que as eleições sejam realizadas no próximo dia 6 de setembro.

    Os atos tiveram início depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu adiar a votação para 18 de outubro, o que foi contestado pelos manifestantes.

    Segundo o ministro da Presidência, a militarização foi necessária porque os bloqueios já causaram graves danos e impediram a chegada de oxigênio para hospitais. Às manifestações também se juntaram ao movimento camponês indígena que agora exige a renúncia da presidente interina.

    Em seu discurso, Núñez não descartou o uso da força e acrescentou que o objetivo dos protestos é convulsionar o país e provocar um confronto entre os bolivianos.

    A mudança na data das eleições por diversas vezes ocorre depois que o pleito foi cancelado em outubro passado, quando Morales se proclamou vencedor no primeiro turno. De acordo com o governo interino, a prorrogação tem sido motivada em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A oposição, no entanto, alega que isso é uma forma de tentarem prolongar a permanência no poder.

    Na semana passada, Morales, inclusive, denunciou que um "golpe de Estado" está em curso para instalar um governo civil-militar na Bolívia.

Ansa - Brasil   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade