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Trump rejeita relatório do Pentágono que diz que ataques dos EUA não destruíram programa nuclear do Irã

Ataques com bombas de penetração profunda danificaram estruturas em superfície, mas não eliminaram centrífugas nem o estoque iraniano de urânio enriquecido, diz um relatório do Pentágono que vazou.

24 jun 2025 - 18h56
(atualizado em 25/6/2025 às 04h26)
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Imagens de satélite após o ataque dos EUA mostram grandes crateras visíveis na instalação nuclear de Fordo, no Irã
Imagens de satélite após o ataque dos EUA mostram grandes crateras visíveis na instalação nuclear de Fordo, no Irã
Foto: Imagem de satélite (c) 2025 Maxar Technologies via Getty Images / BBC News Brasil

Os ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã não destruíram o programa nuclear do país e provavelmente apenas o atrasaram por alguns meses, segundo um relatório preliminar do setor de inteligência do Pentágono que vazou nesta terça-feira (24/6).

Fontes familiarizadas com a análise da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês) disseram à CBS, parceira da BBC nos EUA, que o estoque de urânio enriquecido da República Islâmica não foi eliminado nos bombardeios de sábado (21/6).

Os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares no Irã — Fordo, Natanz e Isfahan — com bombas bunker buster, capazes de penetrar 18 metros de concreto ou 61 metros de terra antes de explodir.

A Casa Branca afirmou que a avaliação inicial dos danos está "totalmente errada" e representa "uma tentativa clara de menosprezar" o presidente dos EUA, Donald Trump.

Imediatamente após o ataque, Trump declarou que os ataques aéreos "aniquilaram completa e totalmente" as instalações de enriquecimento nuclear do Irã e tem repetido a declaração.

Na noite desta terça, o presidente americano atacou a imprensa em suas redes sociais. Ele citou nominalmente a CNN e o jornal New York Times, a quem acusou de propagar uma "notícia falsa" que teria o intuito de "rebaixar um dos ataques militares mais bem-sucedidos da história".

Depois, falando com jornalistas, o presidente americano disse: "Eles atingiram o alvo perfeitamente, destruíram tudo. A imprensa é muito desrespeitosa."

O enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, chamou o relatório vazado de "traição".

"É ultrajante, é traição e precisa ser investigado. Quem quer que seja responsável deve responder por isso", disse ele à Fox News, acrescentando não haver dúvidas de que as três instalações nucleares atingidas pelos EUA foram "eliminadas".

Mas fontes familiarizadas com a avaliação do Pentágono afirmam que as centrífugas do Irã permanecem, em grande parte, "intactas" e que o impacto se limitou a estruturas em superfície.

As entradas de duas instalações nucleares ficaram bloqueadas, e parte da infraestrutura foi destruída ou danificada.

Fontes estimaram à imprensa dos EUA, em condição de anonimato, que o ataque atrasou o programa nuclear iraniano "por alguns meses, no máximo" — e que uma eventual retomada pode depender do tempo que o país levará para escavar e fazer os reparos.

Fontes também confirmaram à CBS que parte do estoque de urânio enriquecido do Irã foi transferido antes dos ataques, segundo a avaliação de inteligência.

A bomba norte-americana Massive Ordnance Penetrator (MOP), de 13,6 mil kg, era considerada a única arma capaz de destruir as instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio do Irã.

Anúncio de cessar-fogo

Israel afirma que o Irã continuou disparando mísseis na madrugada desta terça (24/6)
Israel afirma que o Irã continuou disparando mísseis na madrugada desta terça (24/6)
Foto: EPA / BBC News Brasil

Como retaliação aos ataques americanos, o Irã lançou mísseis contra bases dos EUA no Catar na segunda-feira (23/6), anunciando na mídia estatal ter iniciado uma resposta "poderosa e vitoriosa" aos ataques americanos às suas instalações nucleares no fim de semana.

Não houve feridos, reportaram o governo catari e americano.

Depois, na noite de segunda-feira, Trump anunciou um cessar-fogo entre Israel e Irã, após mais de uma semana de hostilidades provocadas por um ataque inicial de Israel ao programa nuclear iraniano.

Na ocasião, Israel confirmou que aceitava o cessar-fogo, e o Irã afirmou que interromperia seus ataques se Israel fizesse o mesmo.

Após uma "bronca" de Trump, uma trégua entre os dois países parece estar se mantendo — ainda que de forma frágil.

Tanto o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, quanto o comandante das Forças de Defesa de Israel (IDF), general Eyal Zamir, afirmaram publicamente que o cessar-fogo está em vigor.

Nesta terça-feira (24/6), Trump fez um alerta para que Israel não atacasse o Irã — depois que o governo israelense acusou os iranianos de violar o cessar-fogo.

"ISRAEL. NÃO LANCEM ESSAS BOMBAS. SE FIZEREM, É UMA GRAVE VIOLAÇÃO. TRAGAM SEUS PILOTOS PARA CASA, AGORA", escreveu Trump em sua rede social Truth Social, usando letras maiúsculas..

A BBC não conseguiu confirmar que houve um novo ataque do Irã. Teerã negou novos ataques.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou nesta terça que as Forças de Defesa de Israel "respondam energicamente à violação do cessar-fogo pelo Irã com ataques intensos contra alvos do regime no coração de Teerã".

Mas horas depois o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel se absteve de novos ataques ao Irã, após conversar Trump pelo telefone.

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